Açoriano Oriental
"Açorianos podem estar seguros de que será prestada toda a assistência"

As urgências hospitalares nos Açores, que estavam na iminência de não terem escalas completas em dezembro por indisponibilidade dos médicos, estão asseguradas, disse à Lusa fonte sindical, na sequência de um encontro com o presidente do Governo Regional.

"Açorianos podem estar seguros de que será prestada toda a assistência"

Autor: Lusa/AO Online

Anabela Lopes, responsável nos Açores pelo Sindicato dos Médicos da Zona Sul, declarou à Lusa que “os açorianos podem estar seguros de que será prestada toda a assistência de que houver necessidade”.

O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, reuniu-se na terça-feira com as estruturas sindicais representativas dos médicos, em Ponta Delgada.

Médicos dos três hospitais públicos da região (Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta) manifestaram, num abaixo-assinado enviado a José Manuel Bolieiro, ao vice-presidente do Governo Regional, Artur Lima, e ao secretário regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses, a sua indisponibilidade para realizar horas extraordinárias para além do limite legal das 150 horas, o que poderia colocar em causa o serviço de urgência já em dezembro.

A sindicalista explicou à Lusa que "o pedido de escusa de realizar mais horas para além das 150 horas extraordinárias [impostas por lei] não significa que os médicos não as façam, havendo alguns colegas que se disponibilizaram para continuarem a assegurar a assistência aos utentes”.

Anabela Lopes espera que “mais médicos se juntem ao Serviço Regional de Saúde para que todos possam atender os utentes nas consultas, nas urgências, nos cuidados de saúde primários, o melhor possível, com as melhores condições físicas e de recursos humanos, com o menor tempo de espera possível e, acima de tudo, com a maior qualidade”.

A representante expressou a sua satisfação por o presidente do Governo dos Açores ter manifestado a “total confiança nos médicos açorianos, em especial no seu sentido ético e deontológico e na sua preocupação com o bem-estar dos utentes”.

“Todos os problemas que foram levantados tiveram abertura” e “serão o mais rapidamente possível solucionados”, indicou, dando como exemplo a disparidade entre os valores pagos pelas horas extraordinárias nos Açores e os pagamentos em contexto nacional e na Madeira, a par das condições de trabalho.

Segundo Anabela Lopes, foi celebrado um protocolo negocial para que, “já na próxima quarta-feira, se poder começar, em novo encontro, a abordar as situações” que se colocam aos médicos no exercício da profissão, “com soluções já no terreno”.

"O problema das horas extraordinárias foi o que menos ocupou a reunião”, disse.

Na semana passada, os médicos do Serviço Regional de Saúde exigiram um pedido de desculpas de Artur Lima para poderem negociar, depois de o vice-presidente do executivo (PDS/CDS-PP/PPM) ter afirmado que os profissionais “não podem usar o dinheiro como moeda de troca para dispensar” a prestação de cuidados, considerando que tal é uma “violação grosseira” da ética.

Entretanto, a edição de hoje do diário Açoriano Oriental refere que os chefes de equipa do Serviço de Urgência do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) “pediram a demissão, numa altura em que se desconhece ainda a escala de dezembro” e “pouco tempo depois de a diretora daquele serviço ter batido com a porta”.

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