“É bom relembrar a importância que tem a vinha e o vinho não só em termos económicos, no caso da produção, mas também para a área do turismo”, disse à Lusa o vereador da cultura da autarquia praiense, Paulo Codorniz, ao justificar a iniciativa. A zona dos Biscoitos, onde se produz vinho da casta verdelho, é certificada para a produção de vinho e possui, ainda que seja particular, um Museu do Vinho, um dos mais procurados pelos turistas na ilha Terceira. Na zona do Porto Martins a produção, da casta jaquê, nunca foi em quantidade suficiente para a comercialização, pelo que a maioria dos produtores fá-lo para consumo próprio ou para ceder aos amigos ou para festividades da freguesia. “Notamos cada vez mais turistas que acompanham estas atividades e pensamos em termos de futuro apoiar outras iniciativas para incrementar as produções agrícolas e de vinho, que a crise pode proporcionar”, disse ainda Paulo Codorniz. Maduro Dias, historiador e Grão-Mestre da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos, entidade parceira da autarquia nesta iniciativa, considera que “a leitura da confraria sobre o Enoturismo é proporcionar uma leitura de toda a ilha”. “Incluímos tudo o que está relacionado com o território, com a vinha, o vinho, incluindo o das celebrações religiosas que aqui [nos Biscoitos] se produzia e está refletido em altares de talha [na Igreja Matriz da Praia da Vitória]”, acrescentou o historiador. Para Maduro Dias “a produção de vinho motivou modificações na paisagem, com a criação, por exemplo, das curraletas nos Biscoitos”. “É possível, pois, sem esquecer os restaurantes e outras áreas, visitar toda a ilha Terceira e perceber a história desde a geologia às condições climáticas, do cultivo da vinha e os resultados que se podem obter do vinho”, sublinhou. Organizada pela Câmara da Praia e Confraria do Verdelho dos Biscoitos, a visita, que assinala o Dia Europeu do Enoturismo, com passagem pelas adegas e paisagens dos Biscoitos e do Porto Martins, Museu do Vinho e Matriz da Praia da Vitória, termina com um jantar.