Açoriano Oriental
Desemprego
Criar o próprio negócio é cada vez mais a solução
A criação de negócio próprio é cada vez mais a solução para resolver situações de desemprego ou apostar no arranque da vida profissional, numa altura de crise em que é difícil encontrar emprego e a economia pede novos empreendedores.
Criar o próprio negócio é cada vez mais a solução

Autor: Lusa / AO Online
    Segundo os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) entre 2002 e 2006, 8.433 pessoas beneficiaram dos apoios à criação de empresas e de postos de trabalho para desempregados de longa duração ou à procura do primeiro emprego.

    De acordo com o IEFP, os projectos empresariais apoiados representam uma média anual de 1.700 postos de trabalho criados.

    Em 2005, os irmãos Sara e Pedro Leitão de Oliveira juntaram-se e lançaram mãos a um projecto empresarial que, naquela altura, lhes pareceu ser a solução para as suas carreiras.

    Sara estava desempregada, depois de seis anos a trabalhar numa companhia de aviação e Pedro, recém-licenciado em comunicação empresarial, procurava o primeiro emprego.

    Resolveram então estudar a viabilidade de abrir o próprio negócio de reciclagem de consumíveis informáticos e desperdícios não metálicos e decidiram-se pela abertura de uma unidade de franchising da rede FILL-UP Ibérica, em Algés.

    Seguiu-se uma candidatura ao IEFP, onde encontraram o apoio financeiro que procuravam para prosseguir o seu projecto. Em alguns meses o negócio já estava a funcionar.

    "Recebemos um total de 52 mil euros distribuídos em três tranches e o correspondente a 18 salários mínimos nacionais pela criação de três postos de trabalho, a que acresceu uma majoração de 20 por cento por ter sido o primeiro emprego do Pedro", explicou.

    Hoje, com 35 e 31 anos, o balanço de ambos é "extremamente positivo".

    "Conseguimos este ano pôr a empresa no verde, estamos já com uma carteira de 300 empresas e criámos um quarto posto de trabalho", disse.

    Sara espera agora pela chegada de um segundo filho e diz que, apesar da responsabilidade que representa gerir o seu próprio negócio, consegue ter mais tempo para si e para conciliar a profissão com a vida familiar.

    "Acabo por ter mais tempo para mim porque consigo gerir o trabalho com a família", disse Sara Leitão de Oliveira, acrescentando que apesar da crise existem "determinados tipos de negócio" que podem ser sempre viáveis e em que se pode apostar.

    Na outra margem do rio Tejo, em Almada, três colegas do curso de Biologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa optaram pelo mesmo caminho para iniciarem os seus percursos profissionais.

    Numa área com poucas saídas profissionais, Miguel Mascarenhas, Hugo Costa e Paulo Cardoso lançaram-se, em 2005, no desafio de criar também eles a sua própria empresa de consultoria de ecologia e biodiversidade.

    Três anos depois, os três têm uma empresa que em 2007 facturou perto de 400 mil euros e já criaram 22 postos de trabalho, mais de 90 por cento biólogos.

    Em entrevista à Lusa, Miguel Mascarenhas disse que todo o processo até à criação da empresa foi "relativamente rápido" e congratulou-se por terem sido os primeiros a criar um negócio nesta área.

    Para tal, admitiu, o apoio do IEFP foi fundamental na fase de arranque e continua a ser importante ao nível da contratação de novos profissionais.

    Com o negócio "a florescer", a ambição destes jovens empresários passa agora pela internacionalização dos seus negócios.
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