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Crise/Infação
Costa promete defender futuro da Segurança Social mesmo levando “pancada” da oposição

 O secretário-geral do PS afirmou hoje que nunca aceitará colocar em causa a sustentabilidade do sistema de Segurança Social, mesmo que leve “pancada” da oposição, e defendeu que era impossível suportar maiores aumentos das pensões.

Costa promete defender futuro da Segurança Social mesmo levando “pancada” da oposição

Autor: Lusa /AO Online

Esta posição foi transmitida por António Costa na parte final do longo discurso que proferiu no comício de 'rentrée' do PS, no mercado de Santana, em Leiria, depois de ter reiterado a promessa de que entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024 haverá um novo aumento das pensões.

“Nunca, em circunstância alguma, por muita pancada que a oposição me dê, eu tomarei qualquer medida que ponha em causa a sustentabilidade futura da Segurança Social”, declarou, numa das respostas que deu por o seu Governo ter agora suspendido a aplicação da fórmula legal de atualização das pensões.

António Costa considerou que seria fácil conceder em 2023 um aumento maior das pensões, mas advertiu logo a seguir para as consequências desse caminho.

“Depois, não saberíamos o que poderia acontecer. E há uma coisa que nós sabemos: ao longo destes anos, apesar de cumprirmos escrupulosamente a Lei de Bases da Segurança Social, apesar de termos ido além desta lei de bases com os aumentos extraordinários das pensões, apesar de termos aumentado outras prestações sociais, conseguimos alargar em 26 anos a estabilidade da nossa Segurança Social”, advogou o primeiro-ministro.

Num discurso em que criticou por várias vezes o PSD, António Costa disse que as propostas dos sociais-democratas, se fossem aprovadas, só abrangeriam pensionistas até aos 1.108 euros, os mesmos a quem o Governo concedeu um aumento extraordinário com efeitos retroativos a janeiro.

“O apoio aos pensionistas de 50% da sua pensão em outubro, no âmbito do programa de medidas do Governo, abrange todos”, referiu.

No início da sua intervenção, o líder socialista referiu-se à vitória do PS nas eleições legislativas no círculo eleitoral de Leiria, o que aconteceu pela primeira vez desde o 25 de Abril.

“Não estamos hoje em Leiria por acaso. Fui cabeça de lista por Leiria, o [antigo secretário-geral] Ferro Rodrigues também foi, mas foi só com o António Sales é que conseguimos vencer”, disse, numa referência elogiosa ao seu secretário de Estado cessante da Saúde.

Na intervenção de abertura do comício, o presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, fez o elogio de António Sales, secretário de Estado cessante na pasta da Saúde, que foi cabeça de lista socialista pelo círculo eleitoral deste distrito.

Gonçalo Lopes pediu depois uma prolongada salva de palmas à ex-ministra da Saúde Marta Temido, “a quem a história fará justiça”. Depois, evocou o novo ministro, Manuel Pizarro, para manifestar confiança no seu trabalho como ministro da Saúde. Tanto Marta Temido, como Manuel Pizarro, não estiveram presentes no comício.

No seu breve discurso, Gonçalo Lopes referiu também que o PS chegou à liderança da Câmara de Leiria ao fim de décadas de domínio do PSD nesse município.

“Fizemos um trabalho de formiguinha. Há uma década era impensável estarmos na liderança deste município”, disse, antes de fazer alusão à campanha eleitoral para as últimas legislativas.

“Na última campanha para as eleições legislativas, ficou claro, aqui em Leiria, a vitória inequívoca do PS. Foi não só um banho de multidão. Foi também um banho de entusiasmo”, considerou.

Também o secretário-geral adjunto da JS, Miguel Costa Matos, fez um discurso em que atacou as correntes liberais e populistas.

“Perante a crise escolhemos a solidariedade e não a austeridade. Temos um caminho distinto do salve-se quem puder dos liberais, contra os muros da extrema-direita e contra quem fomenta a abstenção. Atacámos problemas estruturais em matérias como a habitação, salários e Ensino Superior mais democrático. É assim, passo a passo, no concreto, que construímos a igualdade de oportunidades”, sustentou.

Miguel Costa Matos referiu-se ao atual cenário de guerra na Europa, dizendo que o país precisa de confiança.

“E é confiança que o Governo está a dar. Temos dado respostas estruturais no combate às desigualdades e na valorização do trabalho. Precisamos de mais residências para estudantes e de menos propinas. Vamos apresentar propostas para que a Autoridade para as Condições de Trabalho intensifique a fiscalização em relação ao trabalho ilegal”, disse.

Miguel Costa Matos prometeu ainda “luta contra os estágios não remunerados”.


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