Autor: Lusa/AO On Line
A reunião do órgão máximo do partido entre congressos foi convocada na semana passada. O líder do CDS-PP, Paulo Portas, explicará as razões para o grupo parlamentar votar contra o Orçamento do Estado para 2011.
No sábado passado, Paulo Portas disse compreender que haja vozes de dentro “e até de fora” do partido a apelar à abstenção do CDS-PP, mas frisou que, “em coerência” com as posições que tem assumido, o voto contra “é um não de direita” a um Governo e a uma política em que não acredita.
Apesar disso, haverá vozes a defender no Conselho Nacional que o CDS-PP deve optar pela abstenção, entre as quais António Pires de Lima, que preside ao órgão.
Enquanto conselheiro nacional, Pires de Lima disse à Lusa que irá “apresentar as razões” da sua divergência com a direção do partido e defender que “era necessário viabilizar o Orçamento do Estado”.
“Portugal entraria num cenário ainda mais difícil, porventura até dramático, se este Orçamento do Estado não fosse aprovado. Não se pode pedir ao CDS que vote a favor”, disse, mas, observou, “era importante que o CDS assumisse a sua quota parte”.
“Penso que era natural e era fator adicional de pressão e de responsabilização do PSD”, considerou, frisando, no entanto, que compreende e respeita a decisão da direção do partido.
Como presidente do Conselho Nacional, Pires de Lima afirmou esperar "que haja uma discussão aberta e viva" sobre o tema.
O Conselho Nacional do CDS-PP irá discutir também o apoio à recandidatura de Cavaco Silva à Presidência da República.
Paulo Portas já tinha dito publicamente, em março, que apoiaria Cavaco Silva caso o atual Presidente avançasse com uma segunda candidatura.
Hoje, um dia depois do anúncio da recandidatura, a direção do CDS-PP irá propor a “concentração do voto” em Cavaco Silva, para que “vença com clareza” o candidato apoiado por PS e BE, Manuel Alegre.
Segundo afirmou na terça feira à noite o porta-voz democrata cristão, para o CDS-PP um segundo mandato de Cavaco Silva é “necessário ao país”.
Após o ex-líder do CDS-PP, Ribeiro e Castro, ter afastado a hipótese de avançar com uma candidatura, o apoio a Cavaco Silva não deverá suscitar grandes divisões entre os conselheiros nacionais, apesar de alguns terem defendido no mês passado uma segunda candidatura de direita e admitido o apoio a Ribeiro e Castro se este decidisse avançar.
A ordem de trabalhos do Conselho Nacional, marcado para as 20:00, na sede nacional do CDS-PP, em Lisboa, inclui ainda uma comunicação sobre o projeto de revisão constitucional dos democratas cristãos.