Greve geral

CGTP apela à adesão para dar “sinal de rejeição” às alterações à lei laboral

O secretário-geral da CGTP apelou à adesão à greve geral convocada para quinta-feira, para dar "um sinal de rejeição" à proposta de revisão da lei laboral do Governo e reiterou que os serviços mínimos serão cumpridos



O Governo está "a querer retirar o direito a ter uma vida estável, uma vida digna com perspetiva de futuro", argumentou Tiago Oliveira, em declarações aos jornalistas, no final de uma visita à agência Lusa, a convite da Comissão de Trabalhadores da empresa, que decorreu na véspera de greve geral contra o anteprojeto do Governo de revisão da legislação laboral, convocada pela CGTP e pela UGT.

O secretário-geral da CGTP apelou aos trabalhadores que adiram à greve geral, tendo em vista a "elevação das suas condições de vida", bem como "para dar um sinal de rejeição a este pacote laboral".

Tiago Oliveira disse estar convicto de que a greve geral terá "uma grande participação", à luz do "ataque que está em curso" e garantiu que serviços mínimos serão cumpridos.

"A população irá certamente ter acesso àquilo que são os setores fundamentais numa greve geral, nomeadamente à questão da saúde e aí estará tudo garantido para que não haja nenhuma falha", reiterou, Tiago Oliveira, quando questionado sobre as declarações do primeiro-ministro, que disse esperar que o país funcione "com a normalidade possível".

Já sobre a "preocupação" levantada por Luís Montenegro, que desejou que "todos aqueles que querem trabalhar possam trabalhar", Tiago Oliveira considerou que o primeiro-ministro "tem tido várias declarações que são de um teor incompreensível" e apelou ao Governo que "retire a proposta da facilitação dos despedimentos".

"O Governo tem que perceber uma coisa. A greve geral tem que ter impacto. E o objetivo da greve geral é dizer ao Governo, de forma clara, contundente, sem margem para dúvida, que deve recuar na apresentação do pacote laboral", afirmou.

Questionado sobre o argumento de estabilidade económica invocado pelo primeiro-ministro, o secretário-geral da CGTP lembrou ainda as alterações à lei laboral feitas no período da 'troika', referindo que "se aproveitou essa situação de fragilidade para retirar direitos aos trabalhadores".

"Passado uma dezena de anos, estamos em pleno emprego, o país está a andar para a frente, a economia está a crescer. Qual é a receita? Aumento da precariedade, despedimentos, ataque à liberdade sindical, ataque à contratação coletiva, desregulação dos horários de trabalho", apontou.

Segundo o líder sindical, são "duas balanças completamente diferentes e distintas, [mas] a receita é exatamente a mesma. Retirar direitos aos trabalhadores, atacar o mundo do trabalho e fragilizar as relações de trabalho".

O líder da CGTP afirmou ainda que o que se segue após a greve geral "está nas mãos do Governo", mas sublinhou que se for para continuar" numa política "de retirada de direitos e de aumento das dificuldades do dia-a-dia, a luta é o caminho".

No final da visita, o secretário-geral da CGTP foi ainda recebido pela administração da Lusa, tendo referido, à saída, que a reunião foi “muito positiva”.

Tiago Oliveira destacou ainda o “papel fundamental do Estado” no futuro da comunicação social e disse ter saído “com a certeza de que a Lusa tem, por parte dos [seus] trabalhadores os maiores defensores daquilo que é o serviço público”, bem como o papel que a agência “tem na nossa sociedade”.

O secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, estará ainda pelas 21h45 na recolha de resíduos da Amadora, pelas 23h15 no parque da Autoeuropa e pelas 00h30 no Metropolitano de Lisboa.

Já o secretário-geral da UGT, Mário Mourão, estará pelas 20h30 ao centro de recolha de resíduos da Câmara Municipal de Lisboa (CML) e pelas 23h15 na Autoeuropa, em Palmela.

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