Autor: Lusa / AO online
“Se o governo não encontrar um parceiro responsável na Assembleia da República para aprovar o orçamento e outros diplomas fundamentais, arriscamo-nos a não ter um plano mas uma manta de retalhos sem nexo e um leilão dos escassos recursos do país”, afirmou o líder socialista regional.
Carlos César, que é também o presidente do governo açoriano, considerou que a região sofre “dificuldades com o risco acrescido de instabilidade política nacional devido à falta de uma maioria estável de apoio ao governo”.
“É fundamental a estabilidade política nacional para trazer o reforço da confiança dos portugueses neste período sensível”, afirmou, destacando a importância dos Açores disporem de “recursos financeiros que permitam prolongar a intensidade actual do investimento publico, que é um traço essencial para a criação de condições de retoma”.
Nesse sentido, defendeu ser “importante que não haja fortes restrições europeias aos orçamentos nacionais e que não existam obstáculos nacionais ao investimento nas regiões autónomas”.
Carlos César, que discursava no encerramento das III Jornadas Parlamentares do PS/Açores, salientou que o executivo regional “tem conseguido que os efeitos mais nefastos da crise sejam menos gravosos na região”, assegurando que também vai “conseguir que a retoma se concretize mais rapidamente nos Açores do que no resto do país”.
Apesar disso, salientou que os açorianos “não vivem sozinhos no mundo”, pelo que o Orçamento e o Plano da região para 2010 reflectem “uma situação que solicita a prioridade” para questões relacionadas com a actual crise.
Nesse sentido, destacou o facto de estar previsto um investimento público superior a 800 milhões de euros, dos quais “mais de 500 milhões financiados directamente pelo orçamento regional”.
Na sua intervenção, Carlos César frisou a “abertura” dos socialistas para eventuais alterações aos documentos que venham a ser apresentadas pela oposição durante o debate na Assembleia Legislativa Regional, assegurando que se trata de propostas que “não estão fechadas”.
“Os documentos têm um rumo que não pode ser alterado, mas pode ser melhorado, desde que as alterações propostas sejam responsáveis e respeitem os limites orçamentais”, afirmou.
Para o líder socialista regional, na análise das propostas de alteração que vierem a ser apresentadas no parlamento, “o PS não escolhe partidos, o critério é a qualidade e o resultado final”.
Além do “forte investimento público”, Carlos César destacou ainda como prioridades para 2010, entre outras, a promoção do emprego e o equilíbrio das finanças regionais.