Centro de Interpretação de Aves Selvagens do Corvo recebe mil visitantes por ano

O Centro de Interpretação de Aves Selvagens do Corvo recebe uma média anual de mil visitantes e está a contribuir para atrair visitantes para a mais pequena ilha do arquipélago dos Açores, disse o seu responsável



“Temos tido uma média próxima das mil visitas anuais. Em 2022, foram cerca de 800, aumentou em 2023 para mil, em 2024 outra vez 800 e, agora, só neste terceiro trimestre de 2025, já vamos nas mil”, disse hoje à agência Lusa e à Antena 1/Açores Nuno da Silva Ferreira, diretor do serviço da ilha do Corvo da Secretaria Regional do Ambiente e Ação Climática e responsável pelo equipamento.

Este ano, pelos dados disponíveis, “a tendência foi aumentar o número de visitantes”, disse, assinalando que estão em causa “visitantes pagantes”.

“Isso, para nós, é muito relevante, porque a ilha do Corvo, tendo cerca de 400 habitantes, estamos a falar de um número de visitas que duplica, ou quase triplica, o número de habitantes da ilha”, acrescentou Nuno da Silva Ferreira.

O espaço foi inaugurado em 2007, com a denominação de Centro de Interpretação Ambiental e Cultural da Ilha do Corvo, mas, posteriormente, passou a ser Centro de Interpretação das Aves Selvagens do Corvo.

Esta valência do serviço de ilha da Secretaria Regional do Ambiente e Ação Climática do Governo dos Açores funciona de segunda a sexta-feira, das 09h00 às 12h30 e das 13h30 às 17h00 locais (mais uma hora em Lisboa).

Segundo o responsável, as aves “são deveras importantes” para a ilha, daí que a Secretaria Regional do Ambiente e Ação Climática, reconhecendo essa importância, a tenha dotado com este complexo educativo.

“O Centro pode ser visitado por todos, está aberto todo o ano. Temos uma visita interpretativa, onde são dadas informações acerca da ilha do Corvo, sobre as aves que nos visitam, e temos um sistema 3D de visita virtual. Portanto, é interessante, até mesmo para as crianças, é uma visita dinâmica”, relatou.

Segundo o dirigente, a mais pequena ilha dos Açores é caracterizada pelas aves migratórias e “muitas pessoas de todo o mundo” deslocam-se ali, precisamente para as observar e fotografar.

“Ainda este ano, foi avistada cá uma ave, que é a Estrelinha de Fogo, que já não era avistada há mais de 15 anos, e foi apenas a segunda [avistada] no arquipélago dos Açores. Portanto, estamos a falar de aves de uma raridade extrema. Para além disso, as aves marinhas têm um papel fundamental, principalmente o Cagarro”, indicou.

Ainda segundo Nuno da Silva Ferreira, a Secretaria Regional do Ambiente organiza a Campanha SOS Cagarro, cujo objetivo é mitigar os efeitos das alterações climáticas e outros constrangimentos que possam afetar o crescimento e a taxa de sucesso reprodutor desta ave.

A Campanha SOS Cagarro decorre anualmente no arquipélago entre 15 de setembro e 15 de outubro.

Ainda em relação à preservação do Cagarro, o responsável recordou que a ilha do Corvo foi pioneira em vários aspetos, salientando que a sua iluminação é “totalmente em sistema LED, o que favorece a orientação noturna das aves, porque o grande risco é o de queda”.

“Tendo a iluminação LED […], nós diminuímos a ocorrência de quedas” de cagarros, esclareceu.

A ilha foi ainda pioneira no “apagão geral”, ou seja, no mês em que decorre a Campanha SOS Cagarro as luzes da vila são desligadas durante uma semana, no período noturno, quando as aves saem dos ninhos e se dirigem para o mar.

A ilha do Corvo é reserva da BIOSFERA desde 2007, Parque Natural e membro da rede da Organização das Pequenas Ilhas (SMILO).

Por outro lado, de acordo com Nuno da Silva Ferreira, a ilha está a apostar nas boas práticas energéticas, tendo o Governo Regional açoriano (PSD/CDS-PP/PM) investido na criação de um parque fotovoltaico e outro eólico (a inaugurar em breve), que permitirá um abastecimento de 60% com energia verde.

Está ainda previsto um novo investimento para dotar a ilha com um sistema de baterias para acumulação de energia, podendo atingir os 90% de abastecimento através de energia verde.

Quando tal acontecer, dado que a central elétrica que abastece o Corvo trabalha com diesel e o seu transporte é, muitas vezes, condicionado pelo mau tempo, os habitantes terão “uma tranquilidade e uma segurança a nível energético muito maior” do que atualmente, salientou o diretor do serviço de ilha da Secretaria Regional do Ambiente e Ação Climática.

As ilhas do Corvo e das Flores fazem parte do grupo Ocidental dos Açores.


PUB

Premium

O setor da produção de carne de bovino continua a ganhar importância na economia da Região Autónoma dos Açores e o reflexo disso é o aumento da procura de bovinos para abate e expedição em vida. A falta de animais nos mercados nacionais e internacionais é uma janela de oportunidade que o setor e os produtores açorianos podem aproveitar no curto prazo para aumentar os seus rendimentos