Açoriano Oriental
Censo de Milhafres nos Açores permitiu avistar perto de 5.000 aves em 10 anos
O Censo de Milhafres que começou há 10 anos nos Açores permitiu avistar 4.926 aves da espécie, cuja população se tem mantido, sem reduções drásticas, ao longo dos anos, segundo a Sociedade Portuguesa para o Estudos das Aves
Censo de Milhafres nos Açores permitiu avistar perto de 5.000 aves em 10 anos

Autor: LUSA/AO online

"Nestes últimos 10 anos já foram observados 4.926 indivíduos em 622 percursos. O censo permite-nos ter uma noção sobre a tendência dessa população ao longo dos anos e se ela está a enfrentar algum perigo, visto que há pouco informação sobre esta ave”, afirmou hoje Ruben Coelho, técnico da sociedade (SPEA), que organiza desde 2006 o Censo de Milhafres/Mantas, nos Açores e na Madeira.

No arquipélago açoriano a espécie é conhecida por milhafre ou Queimado buteo buteo rothschildi, enquanto na Madeira é conhecida por Manta Buteo buteo harterti.

No caso dos Açores, Ruben Coelho frisou que o censo se tem revelado de grande importância, uma vez que havia muito pouca informação sobre esta espécie, que “desempenha um papel muito importante no ecossistema natural dos Açores”, pois é a única ave de rapina diurna que nidifica no arquipélago, ou seja, “um controlador de pragas, como é o caso dos ratos e dos coelhos”.

“Com a criação do censo, conseguimos ter mais alguma informação adicional, ter uma tendência da população que existe cá nas nossas ilhas. Como é uma ave de rapina, esta população enfrenta o envenenamento ou mesmo também a caça e por vezes também a eletrocussão”, frisou o técnico da SPEA, indicando que nunca houve uma diminuição drástica da população.

O Censo de Milhafres/Mantas decorre uma vez por ano nos arquipélagos dos Açores e da Madeira (com exceção das ilhas Flores e Corvo, nos Açores, pelo facto de nas mesmas não existir esta espécie).

Além de se tratar de um projeto científico, que disponibiliza informações de base sobre as populações de milhafres/mantas, Ruben Coelho disse que o censo mobilizou nos Açores, numa década, 696 voluntários que realizaram os 622 percursos para observar o comportamento e habitats das aves.

A SPEA refere que a maioria dos indivíduos foi observada a voar.

"A nível de habitat, avistaram-se, maioritariamente, em áreas de pastagem e de florestas. As pastagens são excelentes zonas de alimentação, onde é mais fácil observar estas aves. As zonas urbanas e campos de cultura também são utilizados, ainda que em menor proporção", indica a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.

Nos Açores, o Censo de Milhafres vai decorrer este ano a 09 e 10 de abril, em sete das nove ilhas.

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