Autor: Lusa/AO Online
"Este modelo obriga a que muitos dos passageiros oriundos tanto do grupo Ocidental como do grupo Central, nomeadamente das ilhas sem hospital, tenham de permanecer várias horas em São Miguel para regressarem à sua ilha de residência", recorda uma nota do partido, em que é citada a deputada do CDS-PP no parlamento dos Açores Catarina Cabeceiras, eleita por São Jorge.
O partido lembra que no âmbito da pandemia da Covid-19 tem estado em vigor um modelo de deslocações aéreas excecionais interilhas, em que é exigida aos passageiros a devida autorização por parte da Autoridade Regional de Saúde e em que, qualquer que seja a origem e destino pretendidos, o itinerário de voo é circular, com início e término na ilha de São Miguel.
A deputada considera “inaceitável que estes passageiros, que se deslocam entre ilhas maioritariamente por razões de saúde - e que, portanto, pertencem a grupos de risco -, se vejam sujeitos a uma situação em que têm que passar várias horas dentro de uma aeronave, desembarcar em Ponta Delgada, apanhar um transporte para o local onde vão pernoitar, voltar a apanhar o transporte para o aeroporto e embarcar, com todos os contactos que isso implica".
E prossegue: "E tudo isso em São Miguel, que é precisamente a ilha que de momento apresenta maior número de casos ativos e maior potencial de transmissão ativa".
Assim, os centristas, liderados no arquipélago por Artur Lima, questionaram o Governo Regional do PS sobre que medidas foram tomadas para salvaguardar a saúde destes passageiros e para suportar os custos inerentes a esta pernoita.
“Não se compreende por que é que, no momento em que a ilha de São Miguel ficou com várias cadeias de transmissão local ativas, e sendo o Governo Regional o acionista único da SATA Air Açores, o modelo de transporte aéreo não tenha sido alterado por forma a isentar estes açorianos, deslocados da sua ilha por motivos de saúde, da obrigação de pernoita em São Miguel”, sublinha Catarina Cabeceiras.