Açoriano Oriental
Carnaval volta a sair à rua em São Miguel com bailes do Coliseu quase esgotados

O Carnaval volta a sair à rua em São Miguel após dois anos de interregno devido à pandemia, com desfiles, a Batalha das Limas e bailes, entre os quais o do Coliseu Micaelense, com lotação "quase esgotada".

Carnaval volta a sair à rua em São Miguel com bailes do Coliseu quase esgotados

Autor: Lusa

“Há uma grande procura. Os dois bailes, o de sexta-feira e o de segunda-feira, já estão quase com lotação esgotada”, disse hoje a presidente do conselho de administração do Coliseu Micaelense, Cila Simas, em declarações à agência Lusa.

Data de 1918 o primeiro festejo de Carnaval no Coliseu Micaelense, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, no decorrer de sessões de cinema.

Três anos depois, começaram os bailes de gala naquela casa de espetáculos, com as mulheres a trajarem vestido comprido e os homens fato preto, sendo esta uma tradição que se repete anualmente durante a quadra do Carnaval, só suspensa devido à pandemia de covid-19.

“Há muita oferta de eventos de Carnaval, o que faz com que as pessoas se dividem. Mas o Coliseu mantém a percentagem de participantes idêntica aos anos anteriores à pandemia”, realçou Cila Simas, sublinhando que há uma grande afinidade do público com os tradicionais bailes de gala de Carnaval na casa de espetáculos.

“Este é um baile com grandes tradições e tem sempre um público fiel”, sublinhou a responsável pelo Coliseu Micaelense, um edifício do início do século XX.

Os bailes de gala do Carnaval no Coliseu Micaelense reúnem habitualmente mais de duas mil pessoas em cada um dos eventos.

Este ano, e dois anos após a pandemia, o espaço recebe, em cada baile, até 2.020 pessoas.

“No baile de passagem de ano já se cumpriu à risca o alvará. As pessoas sentiram-se muito mais à vontade”, disse Cila Simas, garantindo estar assegurada a segurança no espaço, que volta a estar decorado a rigor para o Carnaval.

A tradição manda também que se levem cestas com comida e bebida, por vezes enfeitadas.

“Mantemos também o concurso de cestas, que é sempre revelador de muita imaginação”, sublinhou à Lusa a presidente do conselho de administração do Coliseu Micaelense.

Dois anos após o interregno devido à pandemia, são muitos os hotéis, clubes privados e espaços em várias freguesias de São Miguel que estão a organizar bailes de máscaras e eventos de Carnaval.

Também os tradicionais cortejos de rua vão sair este ano à rua sem restrições.

É o caso da freguesia do Pico da Pedra, na ilha de São Miguel, que realiza há mais de 40 anos um corso carnavalesco no 'Domingo Gordo', após dois anos de paragem devido à pandemia de covid-19.

"É um cortejo digno de se ver", adiantou à Lusa o presidente da Casa do Povo do Pico da Pedra, José Maria Jorge.

Segundo disse, o evento carnavalesco atrai à freguesia "milhares de visitantes" e a participação no desfile pode ser feita individualmente ou em grupo, desde que as pessoas estejam fantasiadas.

"O corso já é um marco no carnaval de São Miguel", vincou José Maria Jorge, acrescentando que a expetativa "é grande”.

O presidente da Casa do Povo do Pico da Pedra assinalou que "a adesão das instituições e associações culturais da freguesia" ao desfile "são o garante da continuidade" do evento carnavalesco, que no domingo volta a sair à rua para a 42.ª edição.

"Cada vez há mais despesas. Antigamente existia uma maior facilidade para as empresas emprestarem os atrelados destinados aos carros alegóricos", referiu.

O corso é promovido pela Casa do Povo do Pico da Pedra, contando com os apoios da junta de freguesia e ainda da Câmara Municipal da Ribeira Grande.

Em Ponta Delgada, durante a manhã de sexta-feira, o centro histórico da cidade volta a receber o corso de Carnaval, organizado pela autarquia, com a participação das escolas do concelho.

Na terça-feira de Carnaval, é a vez da tradicional Batalha das Limas, na avenida marginal da cidade.

A marginal transforma-se num combate de água no dia do Entrudo, numa tradição única no país que atrai centenas de pessoas, na sua maioria jovens que, em camiões ou a pé, tentam molhar quem passa e lutam entre si.

A batalha começou por ser de flores, que posteriormente foram substituídas por limas, ou seja, pequenos recipientes em parafina produzidos artesanalmente para encher com água. Mas estes recipientes têm vindo a dar lugar aos sacos plásticos.

Recentemente, o município de Ponta Delgada alertou, no 'site' oficial da autarquia, a todos os participantes da Batalha das Limas que fica, expressamente proibido o lançamento de “limas” fora do percurso definido.


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