Autor: Lusa /AO Online
O Gil Vicente vem de ser eliminado da Taça de Portugal pelo Arouca, em casa (4-1), e de cinco derrotas consecutivas no campeonato, estando na cauda da tabela classificativa, e o treinador assumiu que o fator motivacional foi especialmente tido em conta na preparação do jogo.
“Estamos à espera de um jogo difícil, como são todos no Estádio da Luz, com um adversário que apresenta uma competência elevada. Preparámos todos os fatores e o motivacional também, tivemos esse cuidado, naturalmente”, disse na conferência de imprensa de antevisão da partida.
Carlos Cunha não quis chamar “missão impossível” à visita ao terreno do líder invicto do campeonato, lembrando que “David também ganhou a Golias”.
“O que nos motiva no futebol é saber que, mesmo em contextos difíceis e com menos argumentos, podemos ganhar a um adversário melhor, se assim não fosse os adeptos não iam aos jogos porque não acreditariam. São esses os grandes momentos das equipas, nas grandes adversidades conseguirem transformar-se e superar-se e conseguirem resultados positivos. A equipa sabe que os contextos são antagónicos, mas estamos confiantes que podemos dar uma boa resposta”, afirmou.
Carlos Cunha vai fazer o terceiro jogo no comando técnico do Gil Vicente, após a saída recente de Ivo Vieira, e rejeita mais pressão para si e para a equipa.
“Não nos sentimos nada pressionados, o facto de o adversário estar num momento tão forte retira-nos pressão. O máximo que os adversários conseguiram [esta época] no Estádio da Luz foi um empate, e não foi na Liga portuguesa. Acreditamos que podemos ser os primeiros”, disse.
O técnico assegurou que a equipa de Barcelos “não vai a Lisboa a pensar no acumular de resultados negativos”, mas antes que “é uma janela de oportunidade muito grande que se pode abrir”, mostrando ambição em “surpreender” o Benfica.
Questionado sobre como se para o Benfica, respondeu: “essa é a ‘pergunta de um milhão de dólares’, é o que toda a gente anda à procura e nós queremos ser os primeiros”.
“A estratégia fica connosco, mas não podemos ‘estacionar o autocarro’ dentro do relvado, só fora. Vamos tentar jogar de forma agressiva, mas positiva e competente. Sabemos que têm que se conjugar uma série de coisas, uma delas é ser um dia infeliz do Benfica e um dia muito competente da nossa parte, se assim for David pode ganhar a Golias. Temos que estar focados, muito solidários, sabemos que em muitos momentos vamos ter que sofrer, mas vamos também tentar agredir o adversário e mostrar que vamos lá para competir”, disse.
O Gil Vicente venceu nas duas últimas visitas à Luz e o treinador considera que é um dado estatístico que “conta” emocionalmente para o lado dos gilistas.
“Também conta que o Benfica não ganhou ao Caldas, da Liga 3, estas coisas podem acontecer. Vamos fazer valer o nosso trabalho e competências, sabendo que, pelo momento que atravessa, o adversário nos vai fazer passar muitas dificuldades, mas não abdicamos de procurar jogar o jogo e de tentar essa do ‘não há duas sem três’. Mas temos os pés bem assentes no chão e somos pessoas conscientes”, notou.
O treinador gilista disse estar à espera de um Benfica a querer “completar um ciclo sem sofrer derrotas e, se possível, a ganhar”, descartando a ideia de uma menor agressividade de alguns jogadores convocados para o Mundial2022 no Qatar para evitarem o risco de lesão e perderem essa prova.
“Mas o meu foco é mais pensar na nossa equipa e no que pensam os jogadores do Gil Vicente. Vamos lutar pelos pontos para o regresso [depois da paragem] poder ser feito em cima de um resultado positivo”, acrescentou.
O treinador confirmou as ausências, por lesão, de Andrew e Élder Santana, e revelou que Boselli já foi integrado, ainda não está a 100%, mas pode ser uma hipótese.
O defesa central Lucas Cunha e o extremo Kevin Medina, expulsos diante dos arouquenses, são baixas certas para o jogo com os ‘encarnados’, tal como Tomás Araújo, emprestado pelo Benfica.
Gil Vicente, 16.º classificado, com nove pontos, e Benfica, primeiro, com 34, defrontam-se a partir das 18:00 de domingo, no Estádio da Luz, em Lisboa, num jogo que será arbitrado por Rui Costa, da associação do Porto.