Açoriano Oriental
Carlos César realça “integridade política” de Manuel de Arriaga
O presidente do Governo Regional destacou hoje a “integridade política” demonstrada pelo açoriano Manuel de Arriaga, eleito em 1911 como primeiro presidente da República Portuguesa.
Carlos César realça “integridade política” de Manuel de Arriaga

Autor: Lusa / AO online

Falando na cerimónia de inauguração da Casa Manuel de Arriaga (um antigo solar do século XIX onde o republicano viveu a sua juventude na cidade da Horta), Carlos César lembrou que Manuel de Arriaga defendeu “com convicção” os seus ideais, procurando “transformar o país numa sociedade mais justa, mais instruída e mais desenvolvida”.

“Por isso, bem podemos dizer que Manuel de Arriaga é um daqueles que serviram e servem de referência às gerações que se lhes seguiram”, destacou o chefe do executivo açoriano, acrescentando que o equipamento museológico instalado no imóvel, pretende ser uma evocação não apenas da personalidade, mas também dos ideais republicanos.

Carlos César sublinhou que Manuel de Arriaga foi “um dos contribuintes” açorianos que marcaram a cultura portuguesa e universal ao longo dos tempos, ressalvando, porém, as “contrariedades” e os “dissabores” a que “homens como ele” estão normalmente expostos, “mesmo na sua terra natal”.

O presidente do executivo recordou, a este respeito, o facto do pai de Manuel de Arriaga, um monárquico convicto, ter cortado relações com o filho quando ficou a conhecer as suas opções republicanas.

“Manuel de Arriaga carregou esse revés afetivo e foi trabalhar para sobreviver e concluir a sua formação universitária”, recordou Carlos César, adiantando que foi em Coimbra, no meio académico, que viria a encontrar dois dos maiores intelectuais açorianos da sua geração: Antero de Quental e Teófilo Braga.

Defensor, no parlamento nacional (para onde foi eleito, pela primeira vez, em 1882), de princípios como a liberdade de consciência, a liberdade de expressão e de associação e de melhor acesso ao ensino, Manuel de Arriaga viria a ser ocupar, em 1911, o cargo de primeiro presidente da República Portuguesa.

Apesar de ter terminado o seu mandato de forma “inglória”, por ter escolhido a contestada figura de Pimenta de Castro para chefe do Governo, Manuel de Arriaga não perdeu, segundo Carlos César, a “admiração popular”, que pode comprovar-se no facto de ser “um dos cidadãos mais evocados na toponímica do país” (o seu nome figura em cerca de 65 espaços urbanos em Portugal e nas antigas colónias ultramarinas).

Com a inauguração da Casa Manuel de Arriaga, que integra um espaço museológico, salas de exposições e biblioteca, terminam também as comemorações, na Região, do I Centenário da República Portuguesa.

“Legamos, assim, para o vindouro, esta evocação do homem e dos ideais e valores subjacentes à República, cumprindo, no nosso tempo, a nossa obrigação”, frisou o presidente do Governo dos Açores.

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