“Os socialistas devem refletir em 2013 sobre essa realidade, ou seja, sobre as razões das dificuldades persistentes de afirmação da liderança do Partido Socialista junto dos portugueses”, afirmou Carlos César à Lusa, acrescentando que “António José Seguro tem feito bom esforço, é certo, mas sem bons resultados”.
O socialista açoriano, que foi presidente do Governo Regional dos Açores durante 16 anos consecutivos, considerou que o PS precisa de se reformar, “sobretudo nas dimensões da sua credibilização, para melhorar e mobilizar a inteligência e os setores mais empreendedores e qualificados da sociedade portuguesa e para garantir e promover a perceção de um melhor governo alternativo ao do PSD/PP”.
“Para isso, não basta um partido de assembleias gerais às sextas e aos sábados, que não consegue mais do que o voto dos socialistas. É necessário construir uma liderança e um projeto alternativos, que mereçam a confiança para gerar um novo governo e não apenas para combater o atual”, afirmou Carlos César.
Voltando a rejeitar a hipótese de ser candidato à liderança do PS nacional, César insistiu que o partido “não é uma central sindical, mas sim um partido de governo”.
“Essa afirmação e essa qualidade do PS estão a tardar e já deviam ter sido conseguidas, tanto mais que as circunstâncias que vivemos as propiciam e as requerem”, referiu Carlos César, que sem nunca pedir a demissão de Seguro, acrescentou que “o PS tem gente muito capaz não só de exercer funções de liderança como para valorizar e melhorar a interlocução em geral do partido com os portugueses”.
Para Carlos César existem diferenças evidentes entre o PS e o projeto da direita, já que o PSD/PP acham que a garantia de um mínimo de desigualdades é um elemento estrutural e indispensável para as dinâmicas de desenvolvimento e os socialistas, pelo contrário, defendem um Estado que assegure que não sejam ultrapassado um limite máximo de desigualdades para garantir um desenvolvimento sustentado.
