Autor: Lusa/AO Online
"Temos 40 anos de democracia e temos de nos habituar a ela com a responsabilização e a participação de todos, sejam cidadãos, sejam forças políticas", afirmou aos jornalistas o cardeal patriarca.
Questionado pelos jornalistas, Manuel Clemente afirmou que a atual situação política "é a democracia a funcionar", apelando a que "todos façam o melhor" e à "maior participação de todos".
Manuel Clemente falava à margem da sessão solene do feriado municipal de Torres Vedras, durante a qual recebeu a medalha de honra de grau ouro do município, por ser natural do concelho e ter sido nomeado cardeal-patriarca pelo Papa, em maio de 2013.
"É um momento de coincidência do meu percurso pessoal" com o percurso religioso, disse, encarando a medalha como uma forma de "maior responsabilização" para a sua vida futura.
Manuel Clemente disse, durante o seu discurso, que recebeu de Torres Vedras, donde é natural, "tantos e tão bons exemplos que seria impossível uma vida inteira para os praticar".
É a terceira vez que o município atribuiu a medalha e a primeira em que é entregue a uma personalidade individual.
Manuel Clemente, que já tinha sido bispo do Porto até 2007 e bispo auxiliar de Lisboa, é o 17.º patriarca de Lisboa.
Ordenado sacerdote a 29 de junho de 1979, ano em que se licenciou em Teologia pela Universidade Católica Portuguesa, doutorou-se em Teologia Histórica em 1992 e foi reitor do Seminário Maior dos Olivais.
O Presidente da República, Cavaco Silva, atribuiu-lhe a Grã-Cruz da Ordem de Cristo.
Manuel Clemente já tinha recebido a medalha de ouro do município no ano 2000 e também foi distinguido em 2009 com o Prémio Pessoa.