Autor: Lusa/Ao On line
O director do Observatório, Wolfgang Götz, destacou hoje que os níveis de consumo de drogas mais tradicionais “permanecem elevados”, mas estão “relativamente estáveis”.
“Globalmente, não se observa um grande aumento na maioria das formas de consumo e, em algumas áreas, a tendência parece ser decrescente”, salientou Götz em Bruxelas, na apresentação do relatório.
A cannabis continua a ser “a droga ilegal mais frequentemente consumida na Europa”, com 22,5 milhões de consumidores no último ano.
Mas os dados do OEDT “confirmam a queda de popularidade desta droga”, em particular entre os jovens de 15 e 16 anos, tendência já verificada no relatório de 2008.
No entanto, “até 2,5 por cento de todos os jovens europeus” poderão estar a consumir aquela substância diariamente, “o que representa uma grande população em risco e eventualmente a necessitar de assistência”.
No que toca às drogas mais perigosas, o consumo de heroína continua a assinalar uma “evolução preocupante”, refere o relatório, uma vez que o decréscimo de consumo verificado no início da década parece ter parado e as mortes por overdose aumentaram em 2007.
O Observatório estima que haja “entre 1,2 e 1,5 milhões” de consumidores de derivados do ópio na União Europeia, com a heroína a dominar.
De acordo com a informação prestada por 19 países, em 2007 houve um aumento de seis por cento na procura de tratamento por parte de viciados em heroína.
Em 13 países europeus, o número de mortes associadas ao consumo aumentou em 2007, depois de ter registado uma queda no início da década.
A cocaína, “o estimulante mais generalizado na Europa”, é mais consumida nos países ocidentais da Europa: três milhões de europeus terão consumido no último ano, estima o relatório, que indica que em 2007, a droga provocou “500 mortes”.
“A cocaína e a heroína continuam a dominar firmemente o mercado da droga europeu e há poucos indícios que mostrem melhorias no tocante ao seu consumo na Europa”, destacou o director do Observatório.
Quanto às apreensões, houve 92 mil de cocaína em 20078 contra 84 mil em 2006, mas a quantidade de droga apreendida desceu de 121 toneladas para 77.
Em 2007, houve 56 mil apreensões de heroína, mais cinco mil que em 2006, totalizando 8,8 toneladas.
Em ambos os casos, a droga apreendida é cada vez menos pura.
As preocupações do OEDT dirigem-se para novos campos da toxicodependência, como as novas drogas sintéticas que simulam os efeitos do cannabis, e os consumos simultâneos de várias drogas ao mesmo tempo.
Wolfgang Götz destacou a necessidade de intensificar a cooperação entre os estados europeus para monitorizar os números da droga, indicando que “a complexidade dos desafios tende a aumentar”.