Açoriano Oriental
Cadernos criados em Matosinhos chegam a museus nos EUA e no Reino Unido

A ‘startup’ Mishmash, de Matosinhos, está a criar cadernos para museus nos Estados Unidos e no Reino Unido e quer, em 2019, chegar ao Museu de Arte Moderna de Nova Iorque e comercializar outros produtos minimalistas de escritório.


Autor: Lusa/Ao online

Aquele que começou por ser um projeto de mestrado para a ‘designer’ Beatriz Barros tornou-se num negócio, após o especialista na área do ‘marketing’ Ricardo Barbosa a ter incentivado a trabalhar na criação de material de escritório minimalista. Foi assim que, em meados de 2015, surgiu a Mishmash.

“A visão da Mishmash é estar presente em todo o material de escritório que usamos hoje em dia, mas começámos pelos cadernos por ser um produto mais fácil para fazer protótipo e de chegar ao mercado com qualidade”, explicou à agência Lusa Ricardo Barbosa, cofundador responsável pelo ‘marketing’ da empresa.

Sediada na incubadora municipal de Matosinhos, a marca é totalmente portuguesa, com fornecedores do norte do país, e recorre a métodos de fabrico manuais (embora não na totalidade).

Ao todo, a Mishmash dispõe de 75 produtos de escritório, a grande maioria dos quais cadernos – de vários tamanhos e feitios –, com preços entre os 12 e os 30 euros.

“O nosso produto funciona para um nicho de mercado muito específico, até porque, havendo cadernos a 30 euros, por exemplo, temos a perfeita noção de que não é propriamente um gasto de primeira necessidade e tem de ser alguém que entenda a qualidade”, observou Ricardo Barbosa.

Recentemente, a marca ganhou visibilidade por ter feito uma parceria com o Museu Solomon R. Guggenheim, em Nova Iorque, nos Estados Unidos.

“Conseguimos mostrar-lhes o nosso produto, eles reconheceram a qualidade e, entretanto, surgiu a possibilidade de trabalharmos num caderno para uma exposição que vão ter até abril”, a “Paintings for the Future”, da artista sueca Hilma af Klint, indicou o responsável.

Este caderno “está a ser comercializado na loja” do Guggenheim e, devido ao sucesso nas vendas, “avançámos para um caderno para a equipa interna” do museu, referiu.

Além deste, a Mishmash está presente no Design Museum e no Science Museum, em Londres, vendendo cadernos próprios nas lojas destes museus.

Mas, segundo Ricardo Barbosa, a empresa quer mais: “No fundo, o nosso objetivo é chegar ao MoMA [Museu de Arte Moderna de Nova Iorque] em 2019 e já estamos em contacto com eles, mas por vezes estes projetos são morosos”.

Certo tem sido o crescimento que a marca tem tido, tanto em Portugal, como no estrangeiro.

“Sentíamos que havia um espaço no mercado não só nacional como também internacional”, realçou Ricardo Barbosa, precisando que “grande parte do foco” da empresa está no estrangeiro, que representa a maior fatia do comércio eletrónico e de lojas.

Além de vender na sua página na internet, a Mishmash está também presente em 93 lojas de 21 países – 10 das quais em Portugal, incluindo livrarias, lojas de ‘design’ e a Fundação de Serralves, no Porto –, criando ainda produtos a pedido para empresas.

Segundo dados enviados à Lusa, desde que a empresa começou a comercializar, em 2015, a faturação subiu de 15 mil euros nesse ano para 40 mil euros em 2016 e para 100 mil euros no ano passado, devendo ultrapassar os 200 mil euros este ano.

“A empresa está a crescer”, notou Ricardo Barbosa.

E este incremento também se traduziu no crescimento da equipa: “Começámos por ser dois e, entretanto, contratámos uma pessoa este ano para ajudar no ‘marketing’ e em janeiro vamos contratar para o ‘design’”.

Para 2019, a Mishmash quer ainda “avançar para outro tipo de produtos”, como caixas de arrumação de escritório, pequenas caixas, capas de iPad e estojos, adiantou Ricardo Barbosa à Lusa.



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