Autor: Lusa/AO Online
“Ao longo dos 15 anos de representação do Bloco de Esquerda no parlamento dos Açores, foi com o atual governo de coligação PSD, CDS e PPM que, pela primeira vez, um conselho executivo de uma escola pública recusou receber deputados eleitos democraticamente", afirma o Bloco, em nota de imprensa.
O BE/Açores considera "inadmissível esta atitude do conselho executivo da Escola Canto da Maia”, em Ponta Delgada (ilha de São Miguel), descrevendo-a como “um bloqueio ao exercício democrático da oposição”.
De acordo com a estrutura partidária, os “representantes do povo, eleitos democraticamente, têm não só o direito, mas, acima de tudo, o dever de contactar com os responsáveis pelo funcionamento das escolas.”.
“Só assim será possível conhecer de perto a realidade de cada comunidade escolar, para perceber os seus sucessos, as suas dificuldades e as suas ambições, de forma a poder contribuir para uma melhor Educação. É por isso que o Bloco de Esquerda está a realizar reuniões com conselhos executivos de várias escolas com o objetivo de perceber como está a ser preparado o início do próximo ano letivo”, refere.
Os bloquistas sublinham que este ano letivo tem desafios particulares, como a falta de assistentes operacionais, a dificuldade em preencher as vagas para professores e a introdução de novos métodos, como os manuais digitais no 5.º e no 8.º anos.
“Tudo isto num ano marcado também por dificuldades económicas de muitas famílias e com o regresso à normalidade no funcionamento das escolas, com o fim das regras sanitárias aplicadas ao longo dos últimos dois anos”, diz o BE/Açores.
O presidente do conselho executivo do estabelecimento, declarou, entretanto, à agência Lusa que a estrutura partidária solicitou uma reunião com o conselho executivo para o dia 29, 30 ou 31 de agosto de manhã.
Miguel Gameiro respondeu, por e-mail: "Acuso a vossa proposta de reunião, no entanto, enquanto presidente deste órgão, nunca aceitei reunir-me formalmente com qualquer força partidária.”
O representante escolar exerce funções há 10 anos e sublinhou que durante o seu mandato "foi sempre esta a prática adotada".