Autor: Lusa/AO Online
No arranque do debate do Plano e Orçamento dos Açores para 2025, o líder regional do Bloco afirmou que o executivo açoriano “vendeu a ideia de que era possível” realizar uma “quadratura do círculo”, prometendo “investimento público, pagamentos de salários, descongelamentos e valorizações remuneratórias e pagar a horas a fornecedores”.
“Ao mesmo tempo quis reduzir os impostos sobre os lucros e a quem tem rendimentos mais altos. Esta proposta de Orçamento é o reconhecimento de que tudo isso era uma ilusão. A baixa de impostos aos mais ricos e sobre os lucros foi paga com dívida”, declarou António Lima, na sua intervenção inicial, na Assembleia Regional, na Horta.
António Lima denunciou que “grande parte do investimento foi só para enfeitar o Plano” de Investimentos e considerou o endividamento zero (adotado nos Orçamentos anteriores) como uma “fraude política".
“A dívida a fornecedores é gigantesca, tal como é a dívida a trabalhadores, como enfermeiros e técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica. Os serviços públicos sofrem com a asfixia a que são sujeitos: à saúde faltam milhões, na educação faltam 385 assistentes operacionais”, condenou.
O BE/Açores classificou ainda o reforço extraordinário de 75 milhões nas transferências do Orçamento do Estado como uma “vitória pífia” que “infantiliza a autonomia” regional, lembrando que o partido propôs na Assembleia da República “um reforço permanente de financiamento à região de pelo menos 150 milhões de euros", através de uma "alteração à lei de finanças regionais”.
“Fizemo-lo porque não temos dúvidas de que as pessoas não podem sofrer por um governo incompetente e com uma política que só beneficia uma elite e a sua clientela partidária”, justificou.
O bloquista condenou também as privatizações anunciadas pelo Governo Regional, que servem para “agradar os mesmos do costume”.