Autor: Rui Jorge Cabral
O Festival de Música dos Açores - Azores Festival vai
acontecer este ano em seis ilhas, entre 28 de outubro e 9 de novembro,
trazendo aos Açores três agrupamentos que irão abordar sobretudo a
inovação, seja no reportório da música antiga, seja no reportório da
música contemporânea.
Conforme refere a organização em nota de
imprensa, o Azores Festival, que integra a Temporada Cultural da Direção
Regional da Cultura, pretende ser “transversal nos seus propósitos e
cosmopolita na sua condição”.
Os três agrupamentos presentes no Azores Festival são o ‘Atlantic Encounters - A Symphony of Confluence’; ‘From Ancient to New to Free’ e ‘Cantando Admont’.
O ‘Atlantic
Encounters - A Symphony of Confluence’ é composto pelo pianista
norte-americano, John Blum e o trombonista austríaco, Bertl Mütter,
sendo a primeira vez que estes mestres nos seus instrumentos tocam
juntos, num reportório de música clássica contemporânea com o recurso à
improvisação.
O ‘From Ancient to New to Free’, integra a pianista
japonesa, Izumi Kimura, a violinista suíça, Maya Homburger e o
contrabaixista e compositor inglês, Barry Guy, com um reportório que
vai da música antiga à clássica contemporânea.
O ‘Cantando Admont’ é
um agrupamento de vozes criado na Áustria e que vem aos Açores com as
mezzo-sopranos austríacas, Cornelia Sonnleithner e Helena Sorokina e o
barítono argentino, Matias Bocchio, para um repertório que se estende
desde o Renascimento até aos dias de hoje.
Os concertos do Azores
Festival começam no Faial no dia 28 de outubro, no Teatro Faialense, às
21h00, com o projeto ‘Atlantic Encounters - A Symphony of Confluence’.
Segue-se São Miguel, no Teatro Micaelense, no dia 29 de outubro, às 21h30, com o projeto ‘From Ancient to New to Free’ e no dia 30 de outubro, também às 21h30, com o projeto ‘Atlantic Encounters - A Symphony of Confluence’.
O festival desloca-se depois para a Terceira e para o Festival Outono Vivo, no Auditório do Ramo Grande, na Praia da Vitória, a 2 de novembro, às 21h30, com o projeto ‘From Ancient to New to Free’ e a 3 de novembro, também às 21h30, com o projeto ‘Cantando Admont’.
Em São Jorge, a Igreja Matriz da Calheta, acolhe a 5 de novembro, às 21h30, o projeto ‘Cantando Admont’, que atua também nas Lajes do Pico, no Auditório do Museu dos Baleeiros, a 6 de novembro, pelas 21h00.
Por
fim, Santa Maria vai acolher na Igreja de Nossa Senhora da Vitória, em
Vila do Porto, o projeto ‘Cantando Admont’, a 9 de novembro, pelas
21h00.
Em declarações ao Açorino Oriental, o principal responsável
pela organização, Rui Damião de Melo, refere que o Azores Festival
pretende ir à essência da música como forma de arte, num estilo que não
toca a todos da mesma forma e onde “pode uma pessoa chegar logo a essa
música, enquanto outra leva 100 anos a lá chegar”, afirma.
Rui
Damião de Melo salienta ainda o caráter descentralizado deste festival,
que só não vai este ano às ilhas Graciosa, Flores e Corvo. Ponta Delgada
recebe dois concertos, mas está longe de ser o centro do Azores
Festival que, segundo o seu organizador, é mais vivido fora dos maiores
centros urbanos, onde as agendas culturais são menos preenchidas e onde a
curiosidade pelo desconhecido é maior. Rui Damião de Melo dá mesmo o
exemplo das ilhas do Pico, São Jorge ou de Santa Maria, onde os
concertos de edições anteriores deste festival tiveram sempre casa
cheia.