Açoriano Oriental
Associação critica falta de manutenção de trilhos de São Miguel

A falta de manutenção, a desclassificação e o encerramento de trilhos pedestres estão a condicionar a rede destes percursos nos Açores, em especial na ilha de São Miguel, de acordo com a Associação Ecológica Amigos dos Açores (AEAA).

Associação critica falta de manutenção de trilhos de São Miguel

Autor: Lusa/AO Online

Numa altura em que este cenário se agudiza com a massificação da procura pelos turistas, o presidente da AEAA, Diogo Caetano, refere que, com base no conhecimento que tem do terreno, de forma particular em São Miguel, a rede de trilhos padece de “vários constrangimentos” e trilhos encerrados, além de que “não tem havido investimento para promover alguma recuperação”.

Com a “redução da oferta” de trilhos e face ao crescimento do volume de turistas, o dirigente da associação ambientalista explica que se assiste a uma “menor capacidade de resposta”, uma vez que São Miguel “não tem uma rede fundamental” no terreno.

Para Diogo Caetano, a existência desta rede poderia promover uma distribuição dos utilizadores por vários locais e, consequentemente, combater a “concentração em alguns locais” mais procurados pelos utilizadores.

Na maior parte das restantes ilhas dos Açores, onde já existe uma rede fundamental de trilhos, o cenário é diferente de São Miguel, onde alguns destes caminhos têm vindo a ser “encerrados e outros desclassificados”.

O dirigente admite desconhecer “formalmente se eles [trilhos] continuam a ser classificados ou não e se estão apenas temporariamente indisponíveis”.

A AEAA defende uma estratégia que assenta na criação de uma rede fundamental e estruturada de trilhos por cada ilha, a assegurar pelo Governo dos Açores, que possa também permitir o surgimento de outros circuitos dinamizados a nível local pelas câmaras municipais e juntas de freguesia.

“A rede de trilhos em São Miguel necessita já há vários anos, e cada vez de uma forma mais gravosa, de ser pensada como uma rede e não apenas como um conjunto de trilhos avulsos”, defende o responsável pela associação ecológica.

Para o vice-presidente do Núcleo de São Miguel da Quercus, nos últimos anos assistiu-se a uma “melhoria muito significativa em termos de oferta e sinalização”: “apesar de nem tudo estar perfeito”, considera, o seu estado “é aceitável”.

Questionado sobre a manutenção dos trilhos, a sua desclassificação e o encerramento, Rui Coutinho refere que “por vezes se constituem ofertas que não se podem manter” e admite que a avaliação das situações “pode não ter sido a adequada”.

O dirigente da Quercus considera que quem cria os trilhos, seja o Governo Regional ou câmaras municipais, tem de assegurar que os mesmos se encontram em condições de utilização e sublinha que os utentes “também têm responsabilidade na manutenção” através de uma correta postura cívica.

De acordo com o sítio oficial, nos Açores existem 77 trilhos classificados pelo Governo Regional, grande parte concentrados na ilha de São Miguel, havendo grandes rotas em cinco ilhas, todas com mais de 36 quilómetros, atingindo-se em Santa Maria os 78 quilómetros.


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