Autor: Lusa/AO online
"O Governo da República será julgado na altura própria e acho que deve ser penalizado, porque é um aumento brutal de impostos", explicou Artur Lima, que é também líder do CDS/Açores, acrescentando que "quem não quer cortar fortemente na despesa é Gaspar e Passos Coelho".
O líder regional centrista falava aos jornalistas durante uma arruada na Praia da Vitória, na ilha Terceira, por onde é cabeça de listas nas próximas eleições regionais, salientando que o CDS nos Açores "tem medidas diferentes do continente, é autónomo e independente".
"Eu acho que as pessoas distinguem as coisas e distinguem o trabalho do CDS nos Açores que foi o grupo parlamentar que mais trabalhou na Assembleia e apresentou propostas não só para os mais pobres, mas para a classe média", frisou.
Artur Lima garantiu que ainda não sentiu nesta campanha eleitoral o impacto negativo do anúncio de novas medidas de austeridade a nível nacional, admitindo que isso possa acontecer com o PSD, mas não com o CDS, porque não teve problema "desde a primeira hora em criticar o Governo da República e em discordar frontalmente da Taxa Social Única".
Ainda assim, o vice-presidente nacional do CDS-PP reafirmou a sua oposição à coligação com o PSD a nível nacional, alegando que aquando da constituição do Governo já previa que algumas pessoas não fossem "capazes de exercer aquele cargo", como, por exemplo, Miguel Relvas.
"Fui muito criticado a nível nacional porque discordava frontalmente que o CDS fosse para o Governo. O tempo deu-me razão", salientou, acrescentando que "a principal causa de austeridade nos Açores são as dívidas do Governo Regional às empresas e aos fornecedores".
Sobre uma possível coligação a nível regional, o candidato centrista reafirmou que só se preocupa com os problemas "quando eles acontecem", mas frisou que "o CDS não está desesperado para ir para o Governo" dos Açores.
"Da maneira que vejo as coisas, em princípio o CDS ficará na oposição, porque não vejo mudança, porque vejo cada vez mais o clientelismo a acontecer", frisou, considerando que "Vasco Cordeiro não é capaz de acabar com os vícios do PS".
Reagindo às declarações do coordenador nacional do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, que em acusou o CDS regional de se "colar" ao PS, Artur Lima criticou o BE por ser "o mais centralista de todos os partidos", acrescentando os bloquistas "só falam da República, porque não têm propostas para os Açores" e que ainda não fizeram até hoje "uma crítica ao Governo Regional".
Francisco Louçã é “um senhor que é de esquerda, mas tem uma casa de férias na Graciosa e acha que as praias na Graciosa são muito populosas", ironizou o dirigente centrista