Açoriano Oriental
Agências de viagens são essenciais para negócios da aviação e hotelaria
Os agentes de viagens acreditam continuar a ser fundamentais para o negócio das companhias aéreas e hotéis, insistindo, por isso, para que estes os vejam como uma forma de ganhar negócio e não como um custo.
Agências de viagens são essenciais para negócios da aviação e hotelaria

Autor: Lusa / AO online

 

"Continuamos a ser fundamentais", sublinhou o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) à Lusa, explicando que, ao contrário do que se chegou a pensar no passado, os últimos anos provaram que ter o negócio na Internet (a venda direta que as transportadoras ou hotéis fazem, por exemplo) tem um custo muito elevado. Para além disso, há segmentos em que para as empresas conseguirem crescer - como é o caso do 'corporate' (clientes empresa) - os agentes de viagens têm um papel essencial.

Pedro Costa Ferreira falava à Lusa à margem do 39.º Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo(APAVT), que decorre nos Açores.

No discurso de abertura do congresso, o presidente da associação já tinha reforçado esta mensagem, a propósito da diminuição das comissões que as transportadoras aéreas pagam aos agentes de viagens, ao afirmar que "se quem viaja vai precisar de agentes de viagens, quem vende passagens aéreas, ou alojamento, já agora, vai precisar, de agentes de viagens".

"Não estamos de acordo com a direção que nos foi proposta (de diminuição das comissões). Não a escolhemos nem a desejámos. E não porque não acreditemos que a indústria aérea beneficie a longo prazo da diminuição dos custos de distribuição; está hoje provado que não há nada mais caro do que a presença no mundo digital, e as recentes tendências provam que quem navega precisa de mapas e de marinheiros", disse.

"Continuamos a sentir que as companhias aéreas, e já agora os hotéis, confundem pagamento de comissões com um custo adicional que afeta a sua margem de comercialização. Continuam enganados. Estão a pagar-nos, de facto, mas para levarmos um cliente às vossas empresas. Deste modo quando nos pagam, não estamos a participar na vossa margem. É exatamente o contrário, pagam-nos para terem acesso a clientes e, por conseguinte, para terem acesso a uma margem", acrescentou Pedro Costa Ferreira perante uma assistência composta por vários destes parceiros de negócio.

TAP e KLM-Air France são dois dos grupos que vão diminuir as comissões pagas às agências de viagens pelos bilhetes de avião que estas vendem.

Seguindo uma tendência europeia, a TAP, por exemplo, irá diminuir as comissões pagas aos agentes de viagens a partir de janeiro de 2014, passando de 1% para 0,8%, e de 0,8% para 0,5% em janeiro de 2015.

Questionado pela Lusa se acredita que esta tendência ainda pode ser revertida, Pedro Costa Ferreira admite ter "uma esperança que haja um retrocesso internacional".

"Nada veio para ficar eternamente, como não vieram para ficar comissões de 9% como houve nas agências de viagens no passado muito recente, continuamos com a consciência de que, de facto, os agentes de viagens vão ser absolutamente fundamentais na venda de viagens e, portanto, pode acontecer que uma nova competição entre companhias aéreas provoque um aumento da remuneração às agências de viagens", acrescentou.

Sobre a necessidade que algumas companhias aéreas, nomeadamente as 'low-cost' (companhias de baixo custo), começam a sentir de se "aproximarem as agências de viagens", Pedro Costa Ferreira deu o exemplo da Ryanair, que "já abriu essa porta".

Estas companhias "já perceberam que sem uma entrada no 'corporate 'não conseguem crescer e sem dialogarem com os agentes de viagens não conseguem entrar neste segmento. Está aqui um exemplo de como os agentes de viagens continuam a ser absolutamente fundamentais", concluiu.

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