Autor: Lusa / AO online
"A pista, incluindo o conjunto dos elementos estruturais que a integram, tem demonstrado um comportamento, sob a ação das cargas de aterragens e descolagens, perfeitamente dentro dos parâmetros para que foi dimensionada", afirmou à Lusa Duarte Ferreira, vogal da Aeroportos e Navegação Aérea da Madeira (ANAM).
Volvidos estes anos, o comportamento dos 180 pilares erguidos sobre o mar e da pista de 2.781 metros do Aeroporto da Madeira "tem estado de acordo com os cálculos do projetista e dos engenheiros responsáveis", avançou.
Tendo registado até agora 238.103 movimentos - aterragens e descolagens -, a pista e demais estruturas que compõem a plataforma erguida parcialmente sobre o oceano Atlântico, têm sido monitorizadas pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).
Fruto das medições efetuadas, das tensões e deformações resultantes do impacto das aterragens, que no caso de um Boeing 747/400 prevê uma carga máxima de 400 toneladas, o responsável da ANAM assegurou que "as diferenças existentes são as normais que resultam dos processos de fluência e retração do betão que foram previstos no modelo de cálculo em que se baseou o projeto executado".
Ao longo dos últimos onze anos, a empresa responsável pela gestão do Aeroporto da Madeira investiu "1,9 milhões de euros em obras de conservação e manutenção associadas à superestrutura e pista, caminhos de circulação e plataforma".
O responsável disse que "as estruturas de betão têm uma vida útil de 75 anos", estando identificado o ano de 2017 como o de referência para novas ações de manutenção.
Cuidado diferente tem a pista, que tem de ter uma manutenção de acordo com os parâmetros da International Civil Aviation Organization (ICAO).
Esta exigência já "obrigou à realização de três ações de limpeza de borracha que se acumulava na pista", reconhecendo Duarte Ferreira que o LNEC recomendou, num dos seus últimos relatórios, "o reforço e perfilamento da pista".
Desde que a nova pista foi inaugurada, passaram pelo Aeroporto da Madeira 24 milhões de passageiros, sendo que "o crescimento médio do número de passageiros/ano da última década foi cerca de 15 por cento superior à média da década anterior à ampliação", disse.
Se antes da ampliação da pista as aeronaves que operavam com maior frequência eram o Airbus 319 de 68 toneladas com capacidade para 132 passageiros, hoje, são mais frequentes aeronaves com peso superior a 150 toneladas e capacidade para mais de duzentos passageiros.
A construção do Aeroporto da Madeira custou 536,4 milhões de euros, pagos por fundos comunitários (226,3 milhões), empréstimos bancários (282 milhões) e fundos próprios da empresa (28,2 milhões), tendo já sido amortizados 78,6 milhões de euros.
A estrutura foi a primeira obra da engenharia portuguesa a conquistar o International Association for Bridge and Structural Engineering - o maior prémio de engenharia de estruturas a nível mundial.