Açoriano Oriental
Ministra das Finanças e Banco de Portugal em silêncio sobre saída de Vitor Bento do Novo Banco
O governador do Banco de Portugal e a ministra das Finanças não aceitaram falar hoje aos jornalistas sobre a situação do Novo Banco e a saída da equipa de gestão liderada por Vítor Bento.
Ministra das Finanças e Banco de Portugal em silêncio sobre saída de Vitor Bento do Novo Banco

Autor: LUSA/AO Online

A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, e o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, participaram hoje, em Milão, na reunião informal do Ecofin, que junta os ministros da Economia e das Finanças da União Europeia. À saída do encontro, os jornalistas questionaram os dois responsáveis sobre a situação do Novo Banco e a intenção da equipa de Vítor Bento de deixar a liderança da instituição, com ambos a remeterem-se ao silêncio. O jornal Expresso avançou na sua edição de hoje que a administração do Novo Banco está de saída, uma informação entretanto confirmada pela equipa de gestão da instituição, liderada por Vítor Bento, que em comunicado deu conta de que, durante a semana, apresentou ao Fundo de Resolução e ao Banco de Portugal a intenção de renunciar aos cargos, mas garantiu que não sai "em conflito com ninguém". "Em face da especulação mediática sobre o assunto, confirmamos que durante esta semana comunicámos ao Fundo de Resolução e ao Banco de Portugal a intenção de renunciar aos cargos desempenhados na administração do Novo Banco, dando tempo para que pudesse ser preparada uma substituição tranquila", lê-se no documento assinado por Vítor Bento (presidente), José Honório (vice-presidente) e João Moreira Rato (administrador financeiro). "Gostaríamos de salientar que não saímos em conflito com ninguém, mas apenas porque as circunstâncias alteraram profundamente a natureza do desafio com base no qual aceitáramos esta missão em meados de julho", sublinham os responsáveis, que assumiram funções há apenas dois meses. A saída da equipa de Vítor Bento é atribuída pelo Expresso à rejeição pelo banco central da estratégia de longo prazo que apresentaram. De acordo com o jornal, o governador do Banco de Portugal quer vender o Novo Banco o mais rápido possível e diretamente a uma outra instituição bancária, enquanto Vítor Bento e a restante equipa defendem um projeto a médio prazo e com dispersão de capital em bolsa. Segundo os administradores do Novo Banco, a saída acontece depois de já terem contribuído para a sua "estabilização" e de terem posto em "marcha as ações necessárias para a normalização e melhoria do seu funcionamento", ao mesmo tempo que lançaram "um processo para a rápida venda do banco, gerido pelo Fundo de Resolução e pelo Banco de Portugal". Devido às razões acima enunciadas, os três gestores entenderam "ser agora oportuno passar o testemunho a uma outra equipa de gestão". Em jeito de despedida, Vítor Bento, José Honório e João Moreira Rato dizem acreditar que "o Novo Banco é uma grande instituição, com gente muito dedicada, clientes leais e uma atividade de negócio que pode dar um importante contributo para a recuperação da economia portuguesa". No dia 03 de agosto, o BdP tomou o controlo do Banco Espírito Santo (BES), depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas. No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES mas que está em liquidação, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas. No 'banco bom', o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos. O Novo Banco foi capitalizado com 4.900 milhões de euros do fundo de resolução bancário, sendo que 3.900 vieram de um empréstimo de dinheiro público e o restante dos bancos que fazem parte do fundo.

 

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