Autor: Lusa/AO Online
"Tomámos conhecimento de que haverá negociações entre os EUA e o Irão e qualquer desenvolvimento que nos aproxime de um resultado diplomático vai na direção correta", disse o porta-voz do executivo comunitário para a diplomacia Anouar El Anouni, em conferência de imprensa, em Bruxelas, onde está sediada a Comissão Europeia.
"Não há alternativa à diplomacia", acrescentou.
O Irão e os Estados Unidos, que não têm relações diplomáticas, vão manter contactos em Omã, no sábado, para negociar o programa nuclear iraniano, conversações que "serão diretas”, de acordo com Trump.
Teerão insiste, por seu lado, que estas negociações terão lugar de forma indireta, através de mediadores.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, vai representar o Irão e, do outro lado da mesa, estará o enviado especial dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff.
Trump, que regressou ao poder em janeiro e está empenhado numa política de “pressão máxima” sobre a República Islâmica, apelou para a abertura das negociações com Teerão sobre o programa nuclear iraniano e ameaçou bombardear o país se não for alcançado um acordo.
Durante o primeiro mandato (2017-2021), Trump retirou os EUA de um acordo assinado em 2015 entre o Irão e outras potências, que estabelecia limites rigorosos às atividades nucleares de Teerão, em troca de um alívio das sanções económicas.
Desde então, o Irão tem vindo a enriquecer urânio muito acima do que era permitido ao abrigo do extinto acordo e já tem 274 quilogramas enriquecidos a 60% de pureza, perto do valor de 90% necessário para uso militar, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atómica.