Trabalhadores da açucareira açoriana entregam abaixo-assinado ao Governo Regional

Os trabalhadores da açucareira Sinaga entregaram hoje ao Governo dos Açores um abaixo-assinado onde pedem ao executivo que defina o que vai ser o futuro da empresa e a salvaguarde os seus postos de trabalho.


“Resolvemos criar um abaixo-assinado a entregar ainda hoje ao vice-presidente do Governo Regional onde constam três questões consideradas muito importantes: qual o futuro da fábrica, a opção a seguir (remodelação da unidade existente ou a construção de uma nova) e o futuro dos trabalhadores”, declarou aos jornalistas Vítor Silva, líder da CGTP/Açores, no final de um plenário de trabalhadores hoje realizado, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel.

Em junho passado, o secretário regional da Agricultura e Ambiente disse que estava a ser avaliada a possibilidade de construção de uma nova fábrica para a Sinaga, alegando que a atual era antiga e tinha uma capacidade de produção de beterraba desajustada da atualidade.

A empresa, adquirida pelo Governo Regional há seis anos, tem um passivo de 22 milhões de euros, sendo que os ativos são da ordem dos 20 milhões de euros.

Um plano apresentado à administração da Sinaga, em abril, indicava que a fábrica necessitava de uma injeção de três milhões de euros, para resolver problemas de tesouraria, que poderiam gerar prejuízos de 16 milhões de euros nos próximos três anos.

O dirigente sindical afirmou que os trabalhadores “neste momento, temem, efetivamente”, pelos seus postos de trabalho, tendo referido que a situação laboral e contratual da Sinaga tem vindo a agravar-se face a uma “redução constante” de funcionários.

Vítor Silva referiu que existem atualmente 66 trabalhadores na Sinaga, havendo um acordo de empresa que “está em risco”, tendo sido este o primeiro celebrado nos Açores.

“O que tem acontecido na Sinaga é que ora se aplica a legislação do setor privado, quando é mais favorável à administração, ou do público, quando é mais vantajoso, e os trabalhadores são sempre postos de trabalho. Essa situação tem que ser alterada numa empresa em que não existem aumentos salariais há mais de uma década”, declarou, para defender a necessidade de dar mais formação aos funcionários.

Vítor Silva considerou que “este não é o fim do processo”, mas a sua “continuidade” que vai passar pela solicitação de reuniões com a Câmara do Comércio e Indústria dos Açores, com a Associação Agrícola de São Miguel, Associação de Jovens Agricultores e cabeças de lista por todos os partidos pelo círculo eleitoral de ilha.

O plenário dos trabalhadores foi convocado pelas estruturas representativas Sindicato das Indústrias Transformadoras, Sindicato das Indústrias Elétricas, Sindicato de Alimentação, Bebidas, Comércio e Escritórios dos Açores e Sindicato dos Trabalhadores Agro-Alimentares da Região Autónoma dos Açores.

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