Açoriano Oriental
Tempo gasto em estrutura modular seria suficiente para reabrir HDES

Opinião é do engenheiro João Mota Vieira, autor de relatório técnico sobre incêndio no HDES, ouvido em comissão parlamentar

Tempo gasto em estrutura modular seria suficiente para reabrir HDES

Autor: Rafael Dutra

O engenheiro Mota Vieira, que a par de Marco Ávila realizou o relatório técnico sobre o incêndio do dia 4 de maio no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), considerou que o tempo que demorará até a estrutura modular funcionar na sua plenitude, cerca de oito meses, seria suficiente para que o Hospital de Ponta Delgada já estivesse aberto.

“Se o trabalho  fosse mais rápido - ontem passaram quatro meses [desde o incêndio] -  o hospital já podia estar aberto, tenho perfeita consciência disso. A última informação é que o hospital modular vai estar funcional no final do ano. Se somarmos estes quatro meses, já são oito meses. Oito meses não dava para pôr a trabalhar? Quatro meses davam para pôr o HDES a trabalhar, é aproveitar o tal estado de calamidade”, sustentou João Mota Vieira.

O autor do relatório técnico sobre o incêndio no HDES a 4 de maio falava em audição à Comissão Especializada Permanente de Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), após requerimento oral apresentado pelo Grupo Parlamentar do Partido Socialista, no âmbito do acompanhamento à situação resultante do incêndio no Hospital de Ponta Delgada.

Relativamente à estrutura modular, apesar de admitir que “agora já está tudo decidido”, João Mota Vieira refere que “é dito que o hospital não pode abrir porque não tem segurança” e, nesse sentido, questionou se “a segurança está assegurada” no hospital modular.

“Quem assegura a segurança não é o Governo Regional dos Açores, é a Câmara Municipal de Ponta Delgada. Gostava de saber, que alguém respondesse se a obra está licenciada. Está licenciada, ou tem algum regime especial que a isenta de licenciamento?”, interrogou.

Na ocasião, o engenheiro perguntou se “existe algum projeto de segurança contra incêndios”, e se o mesmo está “aprovado pelo Serviço Regional de Proteção Civil”, bem como se esta estrutura “tem vistorias” e se há “termos de responsabilidade assinados”.

“No hospital modular há obras, há viaturas, há terras, pavimentos. A qualidade do ar está assegurada? Alguém fez testes e análises?”, questionou também. “O que quero dizer é que não há segurança a 100%, há mitigações de risco. A explicação que dão é: ‘O HDES não podia abrir porque é inseguro e não sei o quê’. Não, o que é preciso é mitigar os riscos que o HDES apresentava”, afirmou.

“Não sei se esses riscos estão todos mitigados na infraestrutura nova”, aponta, salientando que quer “crer que sim” e que “gostava que lhe dissessem”.

“Seria uma grande irresponsabilidade se não  estivesse, mas não vi isso ninguém perguntar nem explicar”, frisou João Mota Vieira.

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