Sindicatos de professores insatisfeitos com garantias do Governo dos Açores

Os dois sindicatos de professores dos Açores manifestaram-se esta terça-feira insatisfeitos após uma reunião com o Governo Regional, mantendo a possibilidade de greve, apesar das garantias dadas pelo executivo insular.




“Aquilo que levamos hoje [da audiência] é a negação de todas as reivindicações que viemos colocar junto do Governo Regional”, afirmou o presidente do Sindicato Democrático dos Professores dos Açores, José Gaspar, em declarações aos jornalistas.

O dirigente sindical falava após uma audiência com o presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, onde estiveram também o vice-presidente, Sérgio Ávila, e o secretário regional da Educação e Cultura, Avelino Meneses, e na qual foram abordados o descongelamento das carreiras e a contagem do tempo de serviço.

José Gaspar sustentou que as garantias do executivo açoriano ficam "muito aquém" das reivindicações dos docentes e educadores de infância, considerando que o Governo Regional coloca-se "numa posição de não querer legislar" e de nem querer "tomar decisões numa matéria que tem autoridade e condições para o fazer".

“O Governo, com esta resposta de total nulidade relativamente as nossas exigências, não cria estabilidade no emprego, não garante condições de exercício condigno e valorizado da profissão docente e não dá nenhum passo no sentido de virar a página da austeridade”, frisou.

O sindicalista admitiu, "num futuro muito próximo, um processo de greve que se manterá por um período relativamente espaçado", decisão que fez depender de plenários de professores e educadores de infância.

Por seu turno, o presidente do Sindicato dos Professores da Região Açores (SPRA), António Lucas, sublinhou que a estrutura sindical tinha outras expectativas, mas não saiu da reunião de "mãos vazias".

“Tínhamos a perspetiva de ter um percurso negocial próprio, mas o Governo não se manifestou disponível”, referiu António Lucas, realçando que o recurso à greve dependerá, também, de uma decisão em plenário de professores.

O presidente do Governo dos Açores garantiu que "assume totalmente e sem reservas a solução que for consagrada a nível nacional" em relação ao descongelamento da carreira.

"Também assume totalmente e sem reservas o compromisso de aplicar na região a contagem de tempo de serviço que for definida a nível nacional", assegurou Vasco Cordeiro, explicando que no continente há nove anos para recuperar, enquanto a nível da região são sete anos.

Para o chefe do executivo açoriano, esta diferença de tempo "não é motivo para atrasar o que quer que seja" e "não é razão para que se siga um processo mais demorado na região".

Vasco Cordeiro adiantou que "qualquer questão nova que surja nos Açores", fruto da aplicação das soluções a nível nacional, o Governo dos Açores "analisará, dialogará e decidirá", tendo em conta as especificidades da região.


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