Açoriano Oriental
Sindicato recolhe assinaturas para exigir aumento de rendimentos nos Açores

A União de Sindicatos de Angra do Heroísmo (USAH), nos Açores, está a recolher assinaturas para reivindicar o aumento do acréscimo regional ao salário mínimo nacional e da remuneração complementar, anunciou em conferência de imprensa.

Sindicato recolhe assinaturas para exigir aumento de rendimentos nos Açores

Autor: Lusa/AO Online

"Existe uma diferença enorme entre os vencimentos dos açorianos e os vencimentos dos seus congéneres continentais. O salário mínimo da região, neste momento, abrange 70% dos trabalhadores. No continente, 23%. Mais um ano ou dois com este Governo do PS/Açores e 90% dos açorianos estão a receber o ordenado mínimo", salientou António Inocêncio, coordenador do sindicato.

Segundo dados divulgados recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o salário médio em Portugal, no segundo trimestre de 2018, situava-se nos 887 euros, atingindo nos Açores os 792 euros.

A União de Sindicatos de Angra do Heroísmo lançou uma petição para reivindicar um aumento do acréscimo regional ao salário mínimo nacional de 5 para 7,5%, para reduzir as disparidades salariais e para "atenuar os efeitos da insularidade sobre o custo de vida e sobre o mercado de trabalho".

"As famílias açorianas continuam a ser empurradas para situações de pobreza real, porque os rendimentos do trabalho dos membros do agregado familiar não são suficientes para garantir a sua subsistência", frisou António Inocêncio.

Na prática, este aumento representaria um acréscimo salarial de cerca de 15 euros mensais para os trabalhadores que auferem o salário mínimo, o que, segundo o sindicalista, seria comportável para as empresas privadas.

"Não faz sentido falar de crescimento económico sem que esse crescimento se traduza numa justa e equilibrada distribuição da riqueza gerada, como não faz qualquer sentido falar de emprego apenas para fins estatísticos, mas com vínculos precários e sem direitos", apontou.

A União de Sindicatos de Angra do Heroísmo vai promover, por outro lado, um abaixo-assinado que defende o aumento de 15% da remuneração complementar, atribuída aos funcionários públicos que auferem salários até 1.304 euros.

"A remuneração complementar não é alvo de qualquer atualização desde 2012 e, desde 2009, as remunerações base dos funcionários públicos também não são atualizadas", pode ler-se no texto do abaixo-assinado.

Segundo António Inocêncio, é exigido um aumento de 2,5% por cada ano em que não houve atualização, para minimizar a perda de rendimentos dos funcionários públicos na última década.

A petição e o abaixo-assinado deverão dar entrada na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores no mês de setembro.


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