Quase metade dos franceses quer que Le Pen seja candidata ao Eliseu

Quase metade dos franceses (49%), um aumento de sete pontos percentuais num mês, quer que a líder da extrema-direita, Marine Le Pen, seja candidata às próximas eleições presidenciais, segundo uma sondagem divulgada



A sondagem Ifop-Fiducial para a Sud Radio foi realizada após a sua condenação em tribunal por desvio de fundos europeus, que a tornou inelegível para cargos públicos durante cinco anos, com efeito imediato, e a condenou a quatro anos de prisão (dois dos quais de pena efetiva, atenuados para uso de pulseira eletrónica).

Pelo contrário, 51% dos franceses não querem que a dirigente da União Nacional (UN) possa apresentar-se como candidata à Presidência da República de França, um resultado inferior em sete pontos percentuais a uma sondagem anterior, realizada no final de fevereiro.

Mas de acordo com a mesma sondagem, apenas 37% dos franceses pensam que Le Pen poderá vir a ser candidata presidencial, um resultado que caiu 37 pontos percentuais num mês. Apenas os apoiantes do UN (69%) acreditam maioritariamente que a sua candidata poderá concorrer.

Uma esmagadora maioria dos inquiridos (79%) considera que Marine Le Pen é de extrema-direita, 76% dos quais apoiantes da UN.

O estudo de opinião, realizado por questionário ‘online’ a 01 e 02 de abril junto de uma amostra de 1.000 pessoas representativas da população francesa com mais de 18 anos (método das quotas), tem uma margem de erro de entre 2,8 e 3,1 pontos percentuais.

O Tribunal Penal de Paris decidiu, a 31 de março, que foi posto em prática um “sistema” entre 2004 e 2016 para fazer “poupanças” no partido de extrema-direita Frente Nacional (que se tornou União Nacional em 2018), utilizando o dinheiro do Parlamento Europeu para pagar aos assistentes dos deputados que na prática trabalhavam para o partido.

Mais 23 pessoas foram condenadas, juntamente com o partido, neste caso.

A União Nacional convocou para o próximo domingo uma manifestação em Paris de apoio a Le Pen, tal como anunciado no próprio dia 31 de março à noite pelo líder da UN, Jordan Bardella, que encorajou a extrema-direita a sair à rua para protestar contra a decisão judicial.

Parte da oposição francesa classificou tal manifestação como um protesto contra a independência do poder judicial em França, um princípio que constitui um dos pilares da democracia.


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Eurodeputado açoriano, do PSD, participou na missão de alto nível inserido no Egito, em encontros que reuniram decisores políticos de toda a região euro-mediterrânica.