Autor: Lusa/AO online
"PSD e CDS-PP não têm feito mais do que dividir Portugal em dois, tentando atirar trabalhadores do setor privado contra trabalhadores do setor público, empregados contra desempregados, trabalhadores no ativo contra reformados, contribuintes contra beneficiários de apoios sociais", disse Catarina Martins no parlamento, no primeiro dia do debate do Orçamento do Estado (OE) para 2014.
A bloquista diz que o Governo iniciou o debate no parlamento esquecendo-se "que este não é o primeiro Orçamento que apresenta" e "usando o truque do costume", o anúncio, "pela enésima vez", da intenção de diminuir os impostos.
"Depois de terem aumentado o IRS dos trabalhadores em 30%, taxado as pensões de toda a forma e feitio, aumentado o IVA até aos níveis mais altos da Europa, vêm agora prometer que um dia qualquer, quem sabe no de são nunca, os impostos hão de descer", declarou a coordenadora do Bloco.
Catarina Martins disse ainda que o primeiro resgate a Portugal "destruiu a economia e esvaziou o país" e um segundo programa de ajustamento "teria consequências inimagináveis", e é por isso que o Governo "tenta encontrar, permanentemente, bodes expiatórios para o falhanço da sua obstinada política".
"Não é a Constituição, ou um coletivo de 13 juízes, que deixa o país a um passo do abismo. Pelo contrário, é a existência de uma Constituição que resulta do contrato social da democracia, e que não foi feita para se moldar aos interesses e pressões da banca ou do Governo que circunstancialmente ocupa o lugar, que faz de Portugal um Estado de Direito", reclamou a coordenadora e também deputada do BE.
A bloquista elencou posteriormente os "três eixos centrais" das propostas do partido para o programa orçamental de 2014: uma reforma fiscal "corajosa e justa", a renegociação da dívida, de modo a que esta tenha o seu peso diminuído no PIB, e medidas para a recuperação da economia e do emprego.
"As escolhas difíceis, da soberania e da renegociação da dívida, da equidade fiscal e da recusa da chantagem dos grandes grupos económicos, são as únicas escolhas possíveis para um país digno com gente dentro", disse também.
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