Açoriano Oriental
PSD/Açores quer saber se PS regional subscreve governo nacional à esquerda
O secretário-geral do PSD/Açores apelou hoje ao PS na região para que diga, de uma "forma clara", se aceita a formação de um governo de esquerda em Portugal, face às "preocupações" dos açorianos nesta matéria.
PSD/Açores quer saber se PS regional subscreve governo nacional à esquerda

Autor: Lusa/ AO Online

“O PS/Açores tem de dizer, de uma vez por todas, de uma forma clara e inequívoca, se aceita um governo de esquerda em Portugal”, declarou aos jornalistas Ricardo Pacheco, na sequência da reunião da Comissão Política Regional do PSD/Açores, que teve lugar esta manhã, em Ponta Delgada.

O dirigente social-democrata disse que é importante promover esta clarificação, porque os açorianos “estão preocupados” com as consequências que o cenário político terá também nos Açores.

Considerando que o líder nacional do PS está a promover um “verdadeiro assalto ao poder”, o dirigente social-democrata afirmou que a posição do PSD/Açores sobre esta matéria “é clara”, devendo ser a coligação Portugal à Frente (PAF), composta pelo PSD e CDS-PP, que deverá ser convidada para formar governo.

Apesar de Vasco Cordeiro - líder do PS/Açores - ter afirmado na noite das eleições legislativas de 04 de outubro que deve ser a coligação de direita, como vencedora das eleições, a formar governo, Ricardo Pacheco sublinhou que se tem assistido a uma evolução do discurso dentro do PS, nas últimas semanas, protagonizado por António Costa e outros dirigentes próximos no sentido de formar governo uma maioria de esquerda.

“O presidente do Governo Regional, na sequência da atual situação, tem de vir esclarecer se aceita um governo de esquerda em Portugal, comandado pelo PS, pelo BE e PCP”, frisou o secretário-geral do PSD/Açores.

Considerando que o partido está “unido e coeso” à volta do seu líder - Duarte Freitas, secretário regional do PSD/Açores -, afirmo que as atenções do partido estão agora concentradas nas eleições legislativas regionais dos Açores de 2016 e na sua vitória.

Ricardo Pacheco admitiu a derrota do PSD/Açores, mas recordou que as eleições de 04 de outubro foram nacionais e que a estrutura regional apoiou a coligação, que venceu a nível nacional, tendo sido este o “grande objetivo”, não havendo lugar a extrapolações.

Questionado sobre uma eventual contestação interna ao líder do partido, o dirigente do PSD/Açores referiu que não houve uma única concelhia, das 19 a nível da região, que tenha discordado das orientações do partido, espelhando os resultados eleitorais (PSD perdeu por quatro por cento de diferença para o PS) “não aconteceu o que, se calhar, algumas pessoas pensavam que ia acontecer”.

O dirigente social-democrata comentou a ausência do líder histórico Mota Amaral, afirmando que este é a “maior referência do partido” na região, considerando mesmo que é a “grande figura da social-democracia portuguesa”, mesmo à frente de Sá Carneiro.

Mota Amaral, contrariamente aos atos eleitores anteriores para a Assembleia da República, não encabeçou a 04 de outubro as listas do PSD pelo círculo eleitoral dos Açores, tendo sido substituído por Berta Cabral, atual secretária de Estado Adjunta e da Defesa Nacional, que foi eleita.

“A sede do PPP/PSD esteve, está e estará sempre aberta para todos aqueles que se queiram dirigir ao partido. Nunca esta sede esteve fechada, os convites são feitos a todos”, disse.

Após a reunião da Comissão Política Regional do PSD/Açores, está a decorrer esta tarde o Conselho Regional, devendo também a agenda ser dominada pelo rescaldo eleitoral de 04 de outubro e o atual momento político.

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