Autor: Lusa/AO Online
O presidente dos sociais-democratas açorianos, que falava em Ponta Delgada, em conferência de imprensa, referiu que a opção do seu partido “não significa a total concordância com o planeamento”, mas a “absoluta premência e apoio para que o Governo Regional, com os meios que conseguiu, por sua iniciativa, reforce este Plano e Orçamento para 2020”, tendo “condições para executar da melhor forma a recuperação dos estragos”.
O Governo Regional dos Açores prevê investir em 2020 cerca de 56 milhões de euros, de um total de 313,4 milhões, na recuperação dos estragos causados pelo furacão Lorenzo, sendo a maior parte destinada à recuperação de portos.
Uma vez que o Orçamento para 2020, aprovado em novembro na Assembleia Legislativa, não contemplava ainda a recuperação dos estragos do furacão, o executivo açoriano avançou com uma proposta de revisão, já entregue no parlamento açoriano, que será votada no plenário da próxima semana.
A proposta prevê um reforço de 59 milhões de euros, dos quais 56 milhões serão destinados à recuperação dos estragos provocados pelo furacão, mas sem necessidade de recurso à banca.
Para José Manuel Bolieiro, deve-se, desta forma, dar “satisfação às necessidades da população”, não querendo o PSD “contribuir com desculpas para as responsabilidades, mas sim, pelo contrário, apoiar os meios que o Governo Regional entendeu alocar para recuperar os estragos provocados pelo Lorenzo”.
O líder do PSD/Açores considera que é desta forma, apesar da maioria parlamentar socialista no parlamento, que se vai ao encontro do superior interesse das populações, que deve “prevalecer no debate e na postura política”.
O dirigente acrescenta que o partido “está a dar um sinal que está unido e ao lado de quem quer resolver o problema”.
O também vice-presidente do PSD considerou que esta postura “não dispensa a ação fiscalizadora da oposição e alternativa de governo, para a materialização e boa execução desta previsão orçamental”.
José Manuel Bolieiro recusa-se, enquanto líder do maior partido da oposição, entrar num “registo de queixume", estando disponível, sim, para "apoiar e estimular o Governo dos Açores para que seja competente na resolução e recuperação dos estragos desta calamidade pública”.
Os prejuízos provocados pelo Lorenzo, que passou pelos Açores no início de outubro de 2019, ascenderam a 330 milhões de euros, 190 milhões dos quais em resultado da destruição total do porto das Lajes das Flores.