Açoriano Oriental
SATA/ Privatização
PS diz que PSD agiu com "dolo político puro"

O PS/Açores afirmou este domingo que o PSD agiu com "dolo político puro" com as declarações sobre a anulação do concurso da privatização de 49% da Azores Airlines (a operação da transportadora aérea SATA para fora do arquipélago).

PS diz que PSD agiu com "dolo político puro"

Autor: Lusa/Ao online

“Este comunicado revela, da parte do PSD, dolo político puro, ou seja, são feitas acusações mal fundamentadas, são feitas críticas sem nenhum tipo de justificação, sabendo o PSD de informação que não disse saber e que contradiz muito daquilo que é dito no comunicado”, sustenta o líder parlamentar e vice-presidente do PS/Açores, André Bradford, citado numa nota de imprensa enviada às redações.

No sábado, o PSD/Açores afirmou que o processo de privatização da SATA deveria ter sido "anulado em julho por falta de propostas concretas" e acusou o presidente do Governo de ser "o responsável pela fraude política" da alienação.

Para o PSD/Açores, que realizou uma reunião urgente da Comissão Política Regional para debater o processo de privatização da SATA Internacional, “o Governo andou mais de 100 dias a fingir que havia uma proposta concreta para a compra da SATA Internacional”.

Os social-democratas afirmaram ainda que a presidente do parlamento açoriano, Ana Luís, "abriu um inquérito à suposta fuga de informação antes desta acontecer".

“O insulto fácil e a crítica gratuita não são propícios a um diálogo construtivo do ponto de vista democrático e, se esta é a tão auto proclamada nova forma de fazer política, nós mantemo-nos na forma clássica”, sublinha o líder parlamentar dos socialistas açorianos, citado hoje num comunicado do grupo parlamentar do PS/Açores.

André Bradford sustenta também que a presidente da Assembleia Legislativa, que "é acusada de ser a responsável de uma suposta encenação desta fuga de informação, contactou os líderes dos grupos e representações parlamentares na terça-feira da semana passada dizendo que se tinha apercebido que houvera uma documentação confidencial que dera entrada na Assembleia e que tinha tido, por parte dos serviços, um tratamento desadequado e que, por esse motivo, decidira instaurar um inquérito interno”.

“Todos os partidos souberam disso na terça-feira, portanto, o PSD também soube”. Posteriormente, refere ainda André Bradford, “depois de o gabinete da senhora presidente ter sido várias vezes contactado por órgãos de comunicação social no sentido de a questionar sobre esses documentos, a mesma voltou a contactar todos os líderes parlamentares a dar conta de que iria emitir um comunicado com nota pública daquilo que tinha decidido na terça-feira e que os partidos já sabiam”.

O vice-presidente do PS/Açores, citado na nota de imprensa, diz também que o PSD “sem dizer aquilo que sabe aos açorianos”, montou um “ataque pessoal” a Ana Luís.

“Mas há mais: é aceitável, do ponto de vista democrático e político, que o PSD não concorde e não se reveja com o desfecho que teve o processo de privatização da SATA, outra coisa diferente é querer, com esta bateria de criticas infundadas, esconder um outro problema que é o de que houve uma fuga de informação, houve a passagem de dentro de uma comissão parlamentar de inquérito, que é presidida pelo PSD, de um documento que era confidencial e que passou para a comunicação social”, reforçou.

O líder parlamentar socialista sustentou ainda que “há aqui um tom, uma linguagem e uma irresponsabilidade com os quais não podem compactuar e, se é essa a marca da nova maneira de fazer política que traz este novo PSD, pois preocupa-os bastante que assim seja”.

Em causa está a anulação do concurso da privatização de 49% da Azores Airlines, o que sucede após a divulgação de documentos pela RTP/Açores, que causaram um "sério dano ao grupo SATA e aos Açores", segundo anunciou na sexta-feira o Governo açoriano.

De acordo com notícias da RTP/Açores, citando documentos privados da comissão de inquérito do parlamento açoriano ao setor empresarial público, não há uma proposta formal apresentada pelos islandeses da Icelandair, única entidade qualificada para a segunda fase da alienação da Azores Airlines, mas sim o intuito de abrir um período de negociações com a SATA.



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