Açoriano Oriental
PPM diz que Marcelo devia ter palavra de exigência para com Governo dos Açores

O PPM dos Açores voltou a sinalizar a necessidade de haver um "correto e regular" abastecimento ao Corvo e às Flores após o furacão Lorenzo, pedindo do chefe de Estado uma "palavra de exigência" para com o Governo Regional.

PPM diz que Marcelo devia ter palavra de exigência para com Governo dos Açores

Autor: Lusa/AO Online

Para o deputado do Partido Popular Monárquico (PPM) no parlamento dos Açores, Paulo Estêvão, não tem havido de Marcelo Rebelo de Sousa uma "chamada de atenção mais objetiva" ao executivo regional sobre o tema, "e neste caso exige-se porque de facto o sistema logístico montado não está a funcionar".

O parlamentar eleito pelo Corvo falava aos jornalistas na ilha mais pequena dos Açores horas antes de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aterrar para passar o ano junto dos corvinos.

A problemática do abastecimento ao grupo ocidental dos Açores - ilhas das Flores e do Corvo - sucede depois da destruição total do porto das Lajes das Flores na sequência passagem do furacão Lorenzo pelos Açores em outubro.

Para Paulo Estêvão, o Presidente da República "tem competências vastíssimas no que diz respeito às regiões autónomas", e neste caso deveria colocar em cima da mesa "o mesmo tipo de exigências que colocou noutras crises e situações no território continental".

Marcelo, acrescentou o monárquico, tem tido "uma relação de grande proximidade com o Governo Regional e tem sido sempre muito protocolar".

O anúncio da passagem de ano do chefe de Estado no Corvo foi, contudo, encarado pelo deputado como uma "preocupação genuína" com as pessoas e com o facto de a "normalidade" não ter sido ainda reposta.

O PPM sublinha que a ilha do Corvo "não recebe um navio de abastecimento desde o dia 06 de dezembro", e "algumas dificuldades" têm sido superadas "por via aérea", mas tal solução é "residual e caríssima para quem o fizer sem o apoio" do executivo açoriano.

Na segunda-feira, e falando em Ponta Delgada, a secretária regional com a tutela dos Transportes e Obras Públicas, Ana Cunha, declarou que o executivo açoriano continua a acompanhar diariamente o abastecimento às ilhas do grupo ocidental.

"Esta é uma preocupação que nos acompanha todos os dias", frisou Ana Cunha, reconhecendo que existe nesta altura um atraso no abastecimento, já que o último abastecimento às Flores foi feito há cerca de 15 dias.

E prosseguiu: "Por razões meteorológicas, o tráfego local não conseguiu operar nestes últimos dias".

Os prejuízos provocados pelo Lorenzo ascenderam a 330 milhões de euros, 190 milhões dos quais em resultado da destruição total do porto das Lajes das Flores.

O Governo da República anunciou pouco depois o compromisso de assumir 85% do valor dos prejuízos, ficando o restante a cargo do executivo dos Açores e da comparticipação comunitária.

O executivo aprovou também um decreto-lei que estabeleceu medidas excecionais de contratação pública por ajuste direto a propósito dos danos provocados pela passagem do furacão.


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