Autor: Lusa/AO Online
O debate orçamental na generalidade prosseguirá hoje de manhã, seguindo-se o período de encerramento, com intervenções de todos os partidos e, pelo Governo, do vice-primeiro-ministro Paulo Portas, e a votação do documento, com aprovação garantida pelos votos de PSD e CDS-PP, apesar do voto contra de toda a oposição.
Também hoje será votada e aprovada, em votação final global, a proposta de lei do segundo Orçamento Retificativo, apresentado a 15 de outubro.
O primeiro dia do debate do OE para 2014, que se prolongou mais de oito horas, ficou marcado por apelos do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a um compromisso por parte do PS para controlar a despesa do Estado, salientando que só dessa forma será possível uma redução permanente da carga fiscal.
Em declarações aos jornalistas, o líder do PS, António José Seguro, recusou responder diretamente ao desafio de Passos Coelho, acusando o primeiro-ministro e o vice-primeiro-ministro de tudo fazerem para desviar as atenções da vida e dos problemas dos portugueses e deste Orçamento.
Já depois de terminado o debate orçamental, e em resposta a um convite feito por carta pelo PSD para uma reunião bilateral para discutir a reforma do Estado, o PS anunciou a recusa do mesmo, dizendo que este constituiu apenas "uma encenação" para desviar as atenções do debate do Orçamento do Estado e que o Governo deverá apresentar as suas propostas no parlamento.
Durante o debate, Passos Coelho classificou o Orçamento do Estado para o próximo ano como o “passaporte para o pós-‘troika’”, mas António José Seguro contrapôs que a ‘troika’ pode sair de Portugal em 2014, mas o país ficará pior do que quando esta chegou ao país.
Seguro classificou ainda alguns sinais económicos positivos como ‘sol de pouca dura’ e reconheceu que não são os objetivos e metas que separam o PS do Governo, nomeadamente o equilíbrio das contas públicas, mas as vias para os atingir.
Pelo PCP, o secretário-geral Jerónimo de Sousa pediu hoje ao primeiro-ministro para deixar "os pensionistas em paz" e optar por cortes junto das Parcerias Público-Privadas (PPP), enquanto a coordenadora do BE Catarina Martins classificou este OE como o da "segunda ‘troika'" e não o do pós-‘troika'. Já o Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) acusou o Governo de ter um problema com a Constituição, com o primeiro-ministro a declarar-se sereno sobre as opções do orçamentopara 2014.
A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, deixou um recado aos partidos no parlamento, avisando que a margem de manobra para mudanças no Orçamento "é estreitíssima" e, como tal, só podem ser feitas mudanças sem impacto orçamental.
Maria Luís Albuquerque afirmou ainda que a margem de manobra para cortar despesas de consumos do Estado e para cortar no investimento é curta, e que os cortes terão necessariamente de cair sobre os salários e as pensões.
Já o ministro da Economia, António Pires de Lima, anunciou que o Governo vai apresentar brevemente o modelo do prometido banco de desenvolvimento, que estará em operação até ao verão de 2014, e salientou, tal como a ministra das Finanças que o país vive um momento de "viragem económica".
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