Autor: João Cordeiro
Os Duques são uma banda recente, mas a bagagem que cada um dos elementos carrega permitiram à banda saltar muitas etapas. Ainda sem qualquer concerto ao vivo – culpa da pandemia, esta sim, um grande “duque” que nos saiu a todos – a banda tem já um extraordinário álbum editado (por enquanto apenas nas plataformas de streaming): “Duques I”.
Com um som a fazer lembrar bandas como Incubus ou Red Hot Chili Peppers, os Duques apresentam um funk rock cheio de energia e boa onda, com letras em português – ora cantado ora em rap.
Há uma notória maturidade no som da banda que pode surpreender os mais distraídos, mas que se percebe perfeitamente quando se olha para o percurso de cada um dos elementos da banda. Passaram por muitas bandas, com estilos diferentes. São muitas horas de palco acumuladas por todos.
Destaque para o contributo de Luís Sousa (Fita Preta) para o som da banda – um baixo muito presente e com muito groove que parece apontar sempre o caminho certo – e para o trabalho de Rúben Torres (Marralho) na guitarra, quer a dar colorido funk, quer nos solos bem rasgados. A introdução dos teclados, por Miguel Oliveira (Zulu) – que aconteceu já durante a gravação do álbum – veio em boa hora, porque, sem dúvida, eleva o conjunto para outro nível. “Acreditar” é um bom exemplo da magia que o teclado traz a estas canções.
Se conseguirem transportar a energia e a potência do disco para o palco, os Duques serão um caso de sucesso e se lhes derem a oportunidade de participar nos maiores festivais dos Açores (em horários e palcos em que não estejam condenados à partida a tocar para uma plateia vazia) tenho a certeza de que darão um espetáculo de grande qualidade.
Os Duques esperam que 2022 seja “um ano repleto de atuações” e contam também lançar “Duques I” em CD e vinil.