Açoriano Oriental
Objetivo do PS é poupar um dos dois salários cortados aos funcionários públicos
O secretário-geral do PS afirmou hoje que terá como preocupação central que o Orçamento do próximo ano poupe um dos dois salários que o Governo pretende cortar aos trabalhadores do setor público e aos pensionistas.
Objetivo do PS é poupar um dos dois salários cortados aos funcionários públicos

Autor: Lusa/AO Online

António José Seguro falava aos jornalistas no final da reunião da Comissão Política Nacional do PS, que aprovou por larga maioria a abstenção dos socialistas na votação da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2012.

"É profundamente injusto retirar dois salários aos funcionários públicos e aos pensionistas. Em alguns casos estamos até a falar em quatro salários, porque há famílias com dois funcionários públicos. É uma violência", vincou o secretário-geral do PS.

Numa referência às estimativas orçamentais do PS, António José Seguro advogou que há margem financeira para que o Governo aceite poupar o corte de um dos dois subsídios.

"Pelas contas do PS, há uma folga muito importante [na proposta de Orçamento do Estado] suficiente para cobrir quase na totalidade um dos subsídios de férias ou de natal, incluindo também os pensionistas. O que é necessário é cerca de mil milhões de euros", apontou o secretário-geral socialista.

Interrogado sobre o desvio invocado pelo Governo, na ordem dos 3,4 mil milhões de euros, na execução orçamental deste ano, António José Seguro contrapôs que "é um erro dizer-se que a maioria desse desvio se deve a uma qualquer derrapagem registada este ano".

"Quando se fala em desvios, estamos a favor em situações eventuais de derrapagem orçamental, mas também podemos estar a falar em outras necessidades por via de opções políticas ou de comissões a pagar à troika. Portanto, como líder de um partido que está a fazer oposição responsável, sou obrigado a saber qual a base de partida na elaboração do Orçamento - e a base de partida do PS não coincide com a base de partida do Governo", frisou António José Seguro.

Neste contexto, o secretário-geral do PS defendeu que há medidas de austeridade já anunciadas pelo Governo que "não se justificam e que, pelo menos, poderiam poupar um salário dos funcionários públicos e dos pensionistas".

"Terei a oportunidade de dizer aos portugueses de forma clara que há uma diferença muito grande entre este Governo e o PS, que este não é o Orçamento do PS, porque utiliza os funcionários públicos como bode expiatório e daremos voz para defender os funcionários públicos e os pensionistas", salientou.

Seguro referiu depois que o PS também apresentará propostas alternativas para incentivar os apoios às empresas, em particular às pequenas e médias.

"Precisamos de fazer consolidação orçamental também por via do crescimento económico", sustentou.

Em termos políticos, o secretário-geral do PS fez também de forma implícita uma demarcação face ao Bloco de Esquerda e PCP.

"O PS não é o partido do protesto e do bota abaixo, mas é um partido responsável e quer contribuir para que os sacrifícios pedidos aos portugueses tenham um sentido, apresentando propostas sérias e credíveis", acrescentou.

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