Açoriano Oriental
Menezes diz ter garantido ao PR que PSD não aprovaria o Estatuto
O ex-líder do PSD, Luís Filipe Menezes, revelou hoje à Lusa ter garantido a Cavaco Silva que o partido não aprovaria o Estatuto Político-Administrativo dos Açores e que Paulo Rangel foi encarregado da argumentação para sustentar essa posição.

Menezes diz ter garantido ao PR que PSD não aprovaria o Estatuto

Autor: Lusa/AO Online
 “Como líder do PSD, dei uma opinião 100 por cento de acordo com o Presidente da República e disse [a Cavaco Silva] que o PSD nunca votaria favoravelmente o estatuto”, afirmou o ex-líder social-democrata.

    Nesse sentido, acrescentou que “foi encomendada ao deputado Paulo Rangel (actual líder parlamentar do PSD) a argumentação” para sustentar o voto contra do partido.

    “Saí da liderança do partido e, 15 dias depois de Manuela Ferreira Leite ter assumido a presidência do PSD, o partido votou favoravelmente o estatuto dos Açores”, salientou.

    Para Menezes, “é escusado [Manuela Ferreira Leite] vir agora com hipocrisias, dizendo que estava distraída”.

    “Era a sua posição, deve assumir”, frisou.

    Nas declarações que hoje prestou à Lusa, Luís Filipe Menezes considerou que o Presidente da República “tem muita razão”, considerando a questão do Estatuto Político-Administrativo dos Açores “uma situação inqualificável”.

    “A existência de uma blindagem para que as alterações ao estatuto apenas possam ser feitas com base numa iniciativa do parlamento regional é inaceitável na democracia portuguesa”, defendeu.

    Nesse sentido, admitiu que, se estivesse no lugar de Cavaco Silva, “talvez fosse mais longe na dureza da linguagem”.

    O Presidente da República, numa mensagem aos portugueses apresentada segunda-feira à noite, considerou que o Estatuto Político-Administrativo dos Açores tem normas “absurdas”, é “um revés” para a “qualidade da democracia” e “afecta o normal funcionamento das instituições”.

    “O que está em causa é o superior interesse do Estado”, declarou Cavaco Silva, numa declaração lida no Palácio de Belém onde também anunciou ter promulgado o diploma aprovada há 10 dias por larga maioria no Parlamento, com a abstenção do PSD, depois do seu veto em Outubro.

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