Açoriano Oriental
Mais de 5200 endémicas plantadas na Lagoa do Fogo

Espécies exóticas e invasoras estão a ser removidas da Caldeira da Lagoa do Fogo e a ser substituídas por plantas endémicas, no âmbito do LIFE IP AZORESNATURA que abrange todo o arquipélago

Mais de 5200 endémicas plantadas na Lagoa do Fogo

Autor: Ana Carvalho Melo

Mais de 5200 exemplares de plantas endémicas já foram plantadas na Caldeira da Lagoa do Fogo, no âmbito da intervenção que está a decorrer neste local no domínio do projeto LIFE IP AZORES NATURA.

“Até ao momento já se plantaram cerca de 5200 exemplares de espécies endémicas, como a urze (Erica azorica), o folhado (Viburnum treleasei) e a rapa (Calluna vulgaris), sendo que se prevê até ao final de 2023 ainda a plantação de cerca de mais de 2.100 plantas”, revelou ontem o secretário regional do Ambiente e Alterações Climáticas, Alonso Miguel.

Segundo o governante que acompanhou uma visita à área de intervenção do Projeto de intervenção  LIFE IP AZORES NATURA, na Mata Regional do Cachaços, na Caldeira da Lagoa do Fogo, que decorreu durante a quinta visita de monitorização efetuada por parte da Comissão Europeia, através da Agência de Execução Europeia do Clima, das Infraestruturas e do Ambiente (CINEA), até ao momento neste local foi realizado “um conjunto de intervenções de renaturalização, tendo sido removidos cerca de 11 mil metros cúbicos de biomassa de criptoméria e de outras espécies como as acácias, o feto arbóreo ou o silvado”.

Alonso Miguel realçou ainda que deste projeto, iniciado em 2019, já é possível observar resultados.

“É com grande satisfação que se verifica que, em resultado dos trabalhos de controlo de invasoras e de plantação desenvolvidos no âmbito deste projeto, já se começa a observar o aparecimento espontâneo e natural de centenas de novos indivíduos de espécies nativas, ajudando significativamente ao restauro deste habitat”, destacou.

Segundo Alonso Miguel, durante esta visita foram verificados alguns dos constrangimentos da intervenção nesta área, resultantes por exemplo do plano  de água da Lagoa do Fogo  que impedem o uso de herbicidas para o controlo de invasoras.

Como foi explicado, todos os trabalhos de controlo e remoção de flora invasora são desenvolvidos, nas áreas pouco invadidas, através do arranque manual com auxílio de ferramentas, como enxadas ou sachos (em plântulas e indivíduos jovens de espécies lenhosas provenientes de germinação). E apenas áreas de maior invasão as metodologias de controlo e erradicação são executadas através de operações de corte moto-manual com roçadora e, após a regeneração/rebentação, é efetuado o arranque do sistema radicular ou novo corte.

Acrescentou que para a realização destes trabalhos, nesta área de intervenção foram contratados três assistentes operacionais.

Ontem, a  equipa  da CINEA esteve em São Miguel, onde monitorizou o trabalho que tem vindo a ser realizado na  Reserva Natural da Lagoa do Fogo que está classificada como Zona Especial de Conservação no âmbito da Rede Natura 2000 e hoje estará na ilha de Santa Maria, onde estão a ser intervencionados a área da Ponta do Castelo e o Ilhéu da Vila.

O LIFE IP AZORES NATURA, que é o maior projeto de conservação da natureza desenvolvido na Região,  prevê 19,1 milhões de euros para a recuperação de espécies e habitats de todos os lugares inseridos na Rede NATURA 2000.

O projeto abrange, ao longo de nove anos (2019-2027), 24 Zonas Especiais de Conservação, 15 Zonas de Proteção Especial e 2 Sítios de Importância Comunitária da Rede Natura 2000 nos Açores.

PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados