Autor: Lusa/AO online
"Com a instituição do rendimento básico incondicional deixa de haver pobres, tendo toda a gente o mínimo para ter uma vida digna", declarou à agência Lusa José Azevedo, que se reuniu hoje, nos arredores de Ponta Delgada, com a direção da cooperativa de economia solidária Kairos.
O dirigente declarou que "existem problemas graves de pobreza" nos Açores, particularmente na ilha de São Miguel, uma "questão sistémica que precisa de um olhar muito atento".
O militante do Livre referiu que com a materialização desta medida a sociedade continuará a organizar-se da mesma forma, mas "deixam de ser necessários uma série de apoios estatais e assistencialistas", uma vez que as pessoas "reganham a sua autonomia" e podem desenvolver os seus projetos.
Para o candidato, Portugal é o país da Europa com "maior desigualdade social", um cenário que também se verifica nos Açores, o que justifica a criação da medida.
José Azevedo quer "combater urgentemente" a maior diferença entre uma "pequena elite que tem muitos recursos" e a " grande massa de pessoas que vive com extremas dificuldades, mesmo em situações de pobreza".
O cabeça de lista disse que todos os meses o Banco Central Europeu (BCE) distribui pelas entidades bancárias 80 mil milhões de euros, o que referiu resultar em 150 euros por europeu, caso houvesse uma distribuição desse montante.
José Azevedo acentuou que existem entidades que defendem que a política do BCE de distribuir dinheiro à banca, esperando que esta invista estes valores na economia e "chegue às pessoas", é um caminho "muito tortuoso" que "não tem dado resultados".
"Pensamos que esta ideia é válida, exequível e que os Açores tinham muita vantagem em serem pioneiros e estudar a sério a sua implementação", defendeu.