Líder do PSD destaca "cooperação impecável" com PR, mas cada um com a sua função

 O líder do PSD considerou hoje que o Presidente da República tem “cumprido bem a sua tarefa” e elogiou a “cooperação impecável”, mas salientou que não precisa do chefe de Estado para exercer a liderança da oposição.



Luís Montenegro esteve hoje no Palácio de Belém, para o que classificou de “audiência combinada” entre si e o chefe de Estado, para lhe apresentar cumprimentos de Boas Festas e fazer um balanço do ano político.

“Podemos desta maneira instituir uma nova forma de os líderes das oposições poderem apresentar os seus cumprimentos ao Presidente da República, como fazem o Governo e o parlamento”, disse, manifestando a vontade de que se inaugure “uma tradição nova” com este encontro na antevéspera de Natal.

Questionado se tem existido sintonia entre o PSD e Belém nestes primeiros seis meses do seu mandato, Luís Montenegro considerou que “a questão coloca-se do ponto de vista da colaboração e cooperação institucional" e "tem funcionado de forma impecável”.

“O maior partido da oposição tem interesse e obrigação de cooperar institucionalmente com a Presidência da República e é o que tenho feito, sabendo que o Presidente tem uma função no sistema político e eu tenho outra”, afirmou.

E acrescentou: “Eu não preciso do senhor Presidente da República para cumprir a minha, nem ele precisa de mim para cumprir a dele, mas é bom que há espírito de cooperação e colaboração”.

“Aquilo que o Presidente da República tem de fazer é o que feito: manter o sistema a funcionar e manter a sua magistratura de influência para que as instituições tenham um funcionamento regular e tem cumprido bem a sua tarefa”, disse.

No seu balanço do ano político, o líder do PSD voltou a acusar o Governo do PS de “inoperância e navegação à vista”, deixando por resolver os problemas estruturais do país.

“Foi um ano muito difícil em que se viu no dia-a-dia das pessoas o efeito da falta de capacidade transformadora e reformista do Governo”, criticou Montenegro, acusando o executivo de fazer “uma governação à vista a olhar apenas para o dia seguinte”.

Como exemplo, apontou o agravamento do incumprimento de “pagar o que deve a setores-chave como os bombeiros”, a “baixíssima execução” do Plano de Recuperação e Resiliência, mas também a forma como têm decorrido vários processos legislativo nas últimas semanas na Assembleia da República.

Questionado se, na audiência com o Presidente da República, foi abordado o dossiê da eutanásia, Luís confirmou ter trocado impressões com Marcelo Rebelo de Sousa sobre o tema.

“O que aconteceu na Assembleia da República foi uma pressa inusitada de processos legislativos que a maioria do PS negligenciou e foi deixando o tempo correr neste e noutros instrumentos legislativos importantes”, lamentou

Sobre a eutanásia, em concreto, Montenegro apenas referiu que o Presidente da República está a aguardar o decreto do parlamento – que só deverá chegar no próximo ano, uma vez houve uma reclamação formal do Chega quanto à redação final – e que reiterou a sua “visão sobre a temática”.

O presidente do PSD já disse, em outras ocasiões, que é tendencialmente contra a despenalização da eutanásia, embora tenha dúvidas, e defende um referendo.

“Foi mais uma oportunidade de poder partilhar com o Presidente da República as nossas preocupações com a incompetência e incapacidade do Governo em resolver os problemas estruturais do país, uma inoperância que é muito prejudicada por perturbações, ruído, dos casos que têm afetado membros do Governo e o primeiro-ministro”, resumiu.

Luís Montenegro esteve sozinho nesta audiência com Marcelo Rebelo de Sousa e o encontro durou menos de uma hora.



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