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Judo/Mundiais
Jorge Fonseca sem 'explosão' perde 'trono' mundial

A ‘explosão’, em que a cada movimento parece apostar num ‘tudo ou nada’, não funcionou para o bicampeão mundial de Jorge Fonseca, travado nos Mundiais de judo de Tashkent, em que foi sétimo.

Jorge Fonseca sem 'explosão' perde 'trono' mundial

Autor: Lusa/AO Online

O caminho não se adivinhava fácil para o português, apesar do respeito que o ‘judogi’ de letras vermelhas, de campeão do mundo, impõe, anunciado com pompa e circunstância a cada momento em que pisou o tatami da Humo Arena.

O estatuto não ganha títulos e Fonseca, ciente, sofreu para ultrapassar o primeiro grande obstáculo, quando o sorteio lhe colocou no caminho um antigo medalhado em Jogos Olímpicos e campeão mundial, o romeno, de origem cubana, Asley González.

A estreia exigiu um fôlego redobrado ao judoca do Sporting, que tem sempre pouco tempo a perder e viu-se enredado na armadilha física, a prolongar, sem desequilíbrios, o combate para lá dos quatro minutos, valendo-lhe um ‘waza-ari’ aos 6.29 minutos.

O teste não teve distinção, mas o resultado desejado, antes de marcar ‘encontro’ com o sérvio Bojan Dosen (54.º), a quem já tinha derrotado por duas vezes, mas para quem estava de sobreaviso, depois de este ter eliminado o japonês Kentaro Iida.

Fonseca ‘despachou’ com relativa facilidade o sérvio – a quem já tinha vencido duas vezes (2019 e 2022) -, mas o histórico com o azeri era-lhe claramente desfavorável (4-1), e possivelmente ‘pesou’ no combate seguinte.

Com Zelym Kotsoiev (11.º do mundo), Fonseca nunca conseguiu lidar com a ‘envergadura’ do azeri e as suas tentativas de pega por cima e esteve sempre em desvantagem, com um ‘waza-ari’ aos 01.46 de combate e um ‘ippon’, quando tentava reverter a desvantagem, nos segundos finais.

O balde de ‘água fria’ foi inevitável, com a certeza de que os -100 kg iriam perder o rei de 2019 e 2021.

Restava a consolação de um bronze, duro para um campeão e ainda mais para um bicampeão, mas uma medalha é sempre uma medalha e para Jorge Fonseca até podia ser a terceira em três campeonatos consecutivos.

A cabeça parecia ter as ideias arrumadas e, talvez com menor pressão, o judoca lançou-se ao quarto combate, o primeiro já na zona de repescagem, diante do georgiano Ília Sulamanidze (sexto do mundo).

A história dava uma vitória para cada um, a última de Jorge Fonseca nos Mundiais de Budapeste, e desta vez a tendência favorável parecia repetir-se, com o português a entrar à sua boa maneira: confiante e ao ataque.

Foi sem surpresa que Jorge Fonseca pontuou para ‘waza-ari’, ainda a 02.45 do final, mas bastaram poucos segundos – numa nova tentativa do luso em resolver o combate -, que Sulamanidze conseguiu prendê-lo e partir para o ‘osaekomi’ (imobilização e ‘ippon’).

Portugal fechará a participação nos Mundiais de Tashkent na quarta-feira, com a entrada em cena de Rochele Nunes (+78 kg).

Dos oito judocas em competição, Bárbara Timo (-63 kg) teve o melhor desempenho, com a atleta do Benfica a chegar no domingo ao bronze na sua categoria.


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