Autor: Lusa/AO Online
"Apoiamos Juan Guaidó como presidente da Assembleia Nacional", declarou o GIC, que "reafirma (o seu) compromisso de apoiar ativamente os esforços sinceros para uma solução pacífica e democrática da crise na Venezuela".
O grupo acrescentou que a eleição de Luís Parra "não pode ser considerada legítima ou democrática".
O GIC integra países europeus, incluindo Portugal, Reino Unido, França, Alemanha, Espanha e Itália e latino-americanos, Bolívia, Equador, Costa Rica e Panamá. O Uruguai, membro do grupo, não aderiu a esta declaração.
O grupo expressou a sua "profunda preocupação com as ações contra o funcionamento democrático e constitucional da Assembleia Nacional".
O parlamento venezuelano tinha prevista a eleição no domingo da sua nova direção, votação da qual deveria resultar a reeleição de Guaidó, principal opositor de Maduro, mas o deputado foi retido durante horas pela polícia e agredido à porta da Assembleia Nacional.
Ao mesmo tempo, no interior, em plenário, os deputados apoiantes do chefe de Estado venezuelano elegiam Luís Parra, que contou também com o apoio de uma minoria de parlamentares da oposição suspeitos de corrupção.
Apesar de um forte dispositivo da polícia militarizada junto do edifício da Assembleia Nacional, Guaidó conseguiu na terça-feira entrar à força nas instalações do parlamento venezuelano, depois de ter sido impedido no domingo.
Nesse mesmo dia, a maioria opositora no parlamento venezuelano voltou a investir Guaidó como presidente interino da Venezuela, durante uma sessão plenária.
"Esses acontecimentos, assim como a contínua intimidação e represálias contra membros da Assembleia Nacional, democraticamente eleitos pelo povo venezuelano, agravam ainda mais a crise, criando mais obstáculos ao retorno pacífico à democracia e ao Estado de direito", salientou o GIC.
Juan Guaidó autoproclamou-se Presidente interino venezuelano em janeiro de 2019 e foi reconhecido por mais de 50 países.
A Venezuela, país que conta com cerca de 32 milhões de habitantes e com uma significativa comunidade de portugueses e de lusodescendentes, enfrenta um clima de grande instabilidade política, situação que se soma a uma grave crise económica e social.