Autor: Lusa/AO online
O governador de Nassiriya, a 300 km ao sul de Bagdad, tinha pedido ao primeiro-ministro, Adel Abdel Mahdi, que reconsiderasse a decisão de nomear um militar para “restaurar a ordem” na cidade, ameaçando renunciar se o general Jamil al-Chemmari não fosse demitido.
A situação no sul do Iraque tornou-se muito violenta durante a noite de quarta-feira, quando os manifestantes bloquearam estradas e entraram em conflito com as forças policiais e militares, que reforçaram a sua presença nas províncias mais ricas em petróleo.
Os confrontos nessa cidade resultaram na morte de 23 manifestantes e em 165 feridos, segundo fontes médicas e de segurança locais, que referiram que nas últimas 24 horas morreram 27 pessoas no Iraque devido aos protestos
Este número indica que o dia de hoje foi um dos mais mortais desde 1 de outubro, quando começaram os protestos no Iraque para pedir a “queda do regime”, numa altura em que se assinala o primeiro ano do novo executivo iraquiano, que implementou uma série de reformas económicas alvo de contestação.
Também na quarta-feira, os manifestantes destruíram o consulado iraniano na cidade de Najaf e pelo menos 33 pessoas ficaram feridas quando a polícia disparou munições reais para impedir as pessoas de entrarem no edifício, tendo sido declarado um recolher obrigatório depois do incidente.
Ainda hoje está prevista a participação de milhares de iraquianos numa enorme procissão fúnebre no centro de Nassiriya, apesar de a cidade estar sujeita a recolher obrigatório.