Açoriano Oriental
Governo dos Açores quer acompanhar alunos que deixem 12.º ano por concluir

O Governo dos Açores quer acompanhar, no próximo ano letivo, os jovens de 18 anos que deixem os estudos sem concluir o 12.º ano, informando-os sobre alternativas de educação e formação, revelou a secretária regional da Educação.

Governo dos Açores quer acompanhar alunos que deixem 12.º ano por concluir

Autor: Lusa/AO Online

“Já no próximo ano escolar, estamos a preparar um trabalho de acompanhamento individual de cada aluno com 18 anos que abandone a escola sem completar o 12.º ano”, disse Sofia Ribeiro, titular da pasta da Educação, em declarações aos jornalistas à margem do plenário do Conselho Económico e Social dos Açores (CESA), em que participou esta manhã.

De acordo com a governante, a intenção é saber quantos e quais os alunos de 18 anos que não concluíram o 12.º ano e não renovaram a matrícula para os “acompanhar e dar informação sobre alternativas ao nível da educação e formação”, de modo a “catapultar a região” ao nível dos indicadores na área do abandono escolar precoce.

Dados do Instituto Nacional de Estatística relativos a 2021, divulgados em fevereiro, colocam a taxa de abandono escolar nos Açores nos 23,2%, face ao valor global de 5,9% no país.

Em 2020, a taxa atingiu os 27% na região e a média nacional foi de 8,9%.

Por outro lado, de acordo com dados de 2020 indicados pelo CESA, os jovens NEEF (que não trabalham, nem estão inseridos em sistemas de educação e formação) situam-se pouco abaixo dos 18%, “sensivelmente o dobro da média nacional”.

Nas declarações aos jornalistas, Sofia Ribeiro notou que o abandono escolar precoce é “um indicador de fim de linha, referente a alunos com 18 anos, já não abrangidos pela escolaridade obrigatória”.

“O trabalho tem de começar a ser feito a montante”, defendeu, explicando que esse objetivo está a ser prosseguido na elaboração da Estratégia da Educação para a Década.

De acordo com a secretária regional, o governo açoriano, de coligação PSD/CDS-PP/PPM está, em colaboração com os parceiros sociais, “a desenvolver outros indicadores intermédios essenciais para que o sistema educativo possa ir definindo as suas metas e aferindo o grau de cumprimentos das mesmas”.

“É desiderato deste Governo fazer uma alteração ao nível da carreira docente e ao nível dos currículos da educação básica”, frisou, falando na intenção de desenvolver, nas crianças, “outras competências de raciocínio básicas” para além das tradicionais.

No terreno está já o ‘Programa de A a Z’, de promoção da “literacia dos alunos no primeiro e segundo ano de escolaridade” e o programa de ‘coaching’ educativo.

Este último foi classificado por Sofia Ribeiro como “essencial”, por mobilizar toda a comunidade escolar e pelo reforço da “mensagem positiva” às crianças.

O objetivo dos projetos é “intervir” assim que se detete um problema com o aluno.

“Esse trabalho está a ser feito desde o primeiro ciclo do ensino básico”, acrescentou.

Na apresentação feita ao CESA, a secretária regional lembrou que, para o presente ano, vindo do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), a Educação tem “mais de 6,8 milhões de euros, quer para equipamentos, quer para módulos de formação”.

“A par disso, há um investimento de 1,8 milhões de euros no que diz respeito às comunicações, porque as escolas precisam de ter infraestruturas de acesso à rede digital”, explicou.


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