Autor: Lusa/AO Online
“Lamento que o que disse tenha sido tirado do contexto, porque a nossa religião e a nossa natureza é não ofender ou insultar”, escreveu Khalid Salman na rede social Twitter.
Segundo Salman, “toda a gente é bem-vinda ao Qatar”, mas a “religião e cultura do país não mudará por causa do campeonato do mundo”.
“No Mundial, muitas coisas se passarão neste país. Falando de gays, [...] o mais importante é que todos aceitem que eles vêm cá, mas eles têm de aceitar as nossas regras”, referiu o ex-internacional qatari, numa entrevista à emissora pública alemã ZDF divulgada na terça-feira.
A homossexualidade é crime naquele país, que tem sido muito criticado por organizações não-governamentais quer pela perseguição da comunidade LGBTQI+, quer pelas violações de direitos humanos de trabalhadores migrantes.
Embora as autoridades do Qatar neguem, várias organizações apontam para milhares de mortes naquele país entre 2010 e 2019 em trabalhos relacionados com o Mundial, com um relatório do jornal britânico The Guardian, de fevereiro deste ano, a cifrar o valor em 6.500 óbitos, número que muitos consideram conservador.
Ao longo dos últimos anos, numerosas organizações e instituições têm apelado também à defesa dos direitos de adeptos, e não só, pertencentes à comunidade gay e trans, tendo em conta a perseguição de que são alvo em solo qatari.
Em maio, a seis meses do arranque da competição, a Amnistia Internacional assinou uma carta aberta endereçada ao presidente da FIFA, Gianni Infantino, ao lado de associações como a Human Rights Watch, pedindo-lhe que invista o mesmo valor dos prémios atribuídos às seleções pela performance no torneio num mecanismo de compensação.
O Campeonato do Mundo masculino de futebol vai decorrer entre 20 de novembro e 18 de dezembro, com a seleção portuguesa apurada e inserida no Grupo H, com Uruguai, Gana e Coreia do Sul.