Autor: Lusa/AO Online
"Esperava-se que o primeiro-ministro usasse das faculdades atribuídas pela lei do estado de emergência e restringisse a circulação de pessoas no que respeita às viagens para o arquipélago. A manutenção de voos em nome do princípio da continuidade territorial traduz uma interpretação daquele princípio desajustada da situação excecional que vivemos", considera a deputada socialista, num texto publicado no Facebook.
Para Isabel Rodrigues, "se todos os princípios devessem, em circunstâncias excecionais, manter a sua exata expressão prática, nem sequer havia estado de emergência" que atualmente se verifica no país.
O deputado do PSD eleito pela Terceira, António Ventura, também escreveu no Facebook sobre a decisão do chefe do Governo.
"O primeiro-ministro mantém os voos da TAP para a Terceira, alegando a continuidade territorial, mas é precisamente a descontinuidade territorial a melhor prevenção contra a propagação do vírus. Não se compreende esta atitude. Como deputado na Assembleia da República, manifestarei o meu protesto", diz o social-democrata.
O primeiro-ministro assegurou hoje que a TAP vai continuar a assegurar as ligações aéreas no arquipélago dos Açores, em particular na Terceira, para que a ilha “não fique privada da continuidade territorial com o conjunto do país”.
“Quanto ao caso da ilha Terceira, […] tendo a SATA decidido cancelar os voos para esta ilha, é fundamental manter a ligação da TAP”, afirmou António Costa, em Lisboa, após a reunião do Conselho de Ministros que aprovou as medidas para aplicar o estado de emergência, na sequência da pandemia de Covid-19.
Em resposta aos jornalistas sobre a operação da companhia aérea nacional, o primeiro-ministro disse que o Governo tem “insistido junto da TAP em que é fundamental continuar a assegurar a ligação com estas comunidades, a continuidade territorial, designadamente com os arquipélagos dos Açores e da Madeira”.
No caso da ilha Terceira, no arquipélago dos Açores, a preocupação do Governo é que “não fique privada da continuidade territorial com o conjunto do país”, após a decisão da SATA, empresa aérea que opera nesta região autónoma.