Açoriano Oriental
Cortes nas pensões de sobrevivência são "enorme insensibilidade social"
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, considerou esta segunda-feira que os cortes nas pensões de sobrevivência são uma "enorme insensibilidade social" e vem confirmar "mais uma vez" que o Governo escolheu "como inimigos" trabalhadores, reformados e pensionistas.
Cortes nas pensões de sobrevivência são "enorme insensibilidade social"

Autor: Lusa/AO Online

 

“Este Governo já não nos surpreende, porque elegeu há muito tempo trabalhadores, pensionistas e reformados como inimigos. Esta medida, para além de insensata, é de uma enormíssima insensibilidade social”, disse Arménio Carlos à agência Lusa, salientando que enquanto o “Governo se mantiver em funções, os trabalhadores vão continuar a viver dias de sofrimento e angústia”.

O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social confirmou domingo o corte, em 2014, nas pensões de sobrevivência, quando acumuladas com uma segunda reforma, sem esclarecer qual o patamar mínimo a partir do qual será feito esse corte.

Numa curta declaração à agência Lusa, Pedro Mota Soares disse que a medida permitirá ao Estado uma poupança de 100 milhões de euros, acrescentando que o que está a ser discutido "é a introdução de uma condição de recursos", como a que já existe para os apoios sociais como o abono de família, o subsídio social de desemprego e o complemento solidário de idosos.

Em declarações hoje à Lusa, o líder da CGTP sublinhou que a medida anunciada “não faz sentido e só vem demonstrar que o Governo fez uma opção em ser forte com aqueles que menos têm e fraco com os que têm tudo”.

No entender de Arménio Carlos, o executivo podia arranjar outras soluções que permitissem uma poupança.

“Há alternativas, há outras soluções. O Governo podia arrumar de vez as Parcerias Público Privadas, terminar com os chamados contratos ‘swaps’ e com os benefícios fiscais que continua a atribuir às grandes empresas, quer da área económica quer da financeira”, frisou.

Por isso, Arménio Carlos salienta que “hoje, mais do que nunca”, se justifica o aumento da contestação.

“Não só o aumento da contestação, mas também da participação cívica, razão pela qual já convocámos duas grandes marchas contra a exploração e empobrecimento, para Lisboa e Porto, no dia 19 de outubro”, concluiu.

O ministro Pedro Mota Soares adiantou domingo que a medida abrangerá beneficiários de pensões de sobrevivência na Caixa Geral de Aposentações e no regime geral da Segurança Social e assegurou que irá proteger os pensionistas com rendimentos mais baixos.

Sobre o teto mínimo a partir do qual será definido o corte, bem como o número de pensionistas visados, Pedro Mota Soares remeteu o seu esclarecimento para quando for conhecido o Orçamento do Estado para 2014, que terá de ser entregue no parlamento até 15 de outubro.

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